Bem-vindo ao Playbook de Startups da Google News Initiative.
Bem-vindo ao Playbook de Startups da Google News Initiative.
O objetivo deste playbook é desmistificar o processo de lançamento de uma startup de notícias digitais e ajudar você a criar um negócio que seja financeiramente viável e jornalisticamente impactante.
Este playbook e os recursos que o acompanham são fundamentados nos insights de muitos empreendedores e na experiência coletiva de parceiros confiáveis e da Google News Initiative.
Estes materiais foram desenvolvidos em parceria com alguns dos especialistas mais confiáveis do setor de notícias na criação e desenvolvimento de startups de notícias digitais.








Os capítulos seguintes guiarão você passo a passo ao longo do processo de criação do seu negócio de notícias – da identificação do público-alvo e teste de uma ideia de produto à elaboração do seu primeiro orçamento.
Esperamos que a leitura até o final do capítulo 6 ajude você a responder de forma mais confiante à questão mais importante que todo empreendedor deve enfrentar: estou pronto para fazer isso?
Se não estiver, sem problemas. Na verdade, se este playbook ajudar você a perceber que ainda precisa desenvolver mais sua ideia, vamos considerar isso um sucesso.
Se a resposta for “sim”, desenvolvemos quatro Guias Básicos para ajudá-lo a dar os próximos passos em sua jornada de negócios,
Criando seu produto
Expandindo sua audiência
Identificando suas fontes iniciais de financiamento e receita
Estabelecendo sua operação
Esses guias incluem dicas, modelos e outros recursos que você pode usar em seu negócio – e, assim como o restante deste playbook, são documentos dinâmicos que planejamos atualizar e modernizar ao longo do tempo. E, esperamos que você nos ajude a fazer isso.
Introdução às startups de jornalismo
Por que as startups de jornalismo fracassam?
Vamos começar com a má notícia: a maioria das startups irá fracassar, e as startups de jornalismo não são exceção.
A boa notícia: as empresas costumam fracassar por muitos motivos parecidos, e saber como evitar essas armadilhas comuns aumentará suas chances de sucesso:
Armadilha #1: criar mais do que o necessário para testar uma ideia de modelo de negócios.
É um instinto natural dos jornalistas tradicionais concluir suas reportagens e escrever a história na íntegra antes publicá-las.
Porém, esse instinto não se traduz bem no empreendedorismo, onde mudanças estratégicas são quase inevitáveis.
O objetivo dos aspirantes a empreendedores de notícias deve ser testar a viabilidade de suas ideias de negócios da forma mais rápida e barata possível — e isso significa começar pequeno.
Eric Ries, autor do livro A Startup Enxuta, disse à NPR que seu conselho para os empreendedores é “pensar grande, mas começar pequeno”. Por quê? Porque “a maioria das nossas ideias é horrível”, e é melhor descobrir isso antes de investir uma parte excessiva do seu tempo e dinheiro.
Armadilha #2: apaixonar-se pela ideia antes de testá-la.
À medida que se prepara para testar sua ideia, você deve encarar o processo como um cientista que está avaliando sua hipótese ou como um repórter confirmando os fatos de um artigo — com uma dose saudável de ceticismo.
O empreendedor cético desafiará suas suposições, responderá a dados e utilizará o que aprendeu ao longo do caminho para criar e refinar seu produto. Essa é a receita do sucesso.
Por outro lado, um empreendedor que esteja muito ligado à sua ideia terá dificuldades para notar falhas nela, e isso o impedirá de ver as oportunidades para torná-la ainda melhor.
Armadilha #3: adotar um pensamento mágico a respeito de como a ideia será viável como negócio.
Os empreendedores de notícias geralmente começam com uma visão sobre o tipo de jornalismo que acham que deve existir no mundo, e com a crença de que, se conseguirem acertar apenas a parte do jornalismo, o dinheiro virá.
Esse pensamento mágico não gerou a escassez de um jornalismo impactante – mas está longe de produzir a mesma quantidade de ideias de negócios viáveis.
Na verdade, os empreendedores de notícias precisam criar planos de negócios detalhados assim como em qualquer outra área, e devem resistir ao impulso de focar muito no jornalismo a ponto de negligenciar o esforço necessário para gerar receita e criar um negócio financeiramente viável.
Pode ser difícil constatar o pensamento mágico por conta própria. Por isso, é uma boa ideia encontrar um mentor ou consultor que possa oferecer a você a combinação certa entre incentivo e austeridade.
Por que as chamamos de startups?
O termo “startup” pode fazer você pensar em investidores e empresas de tecnologia bilionárias do Vale do Silício, mas a maioria das startups não é desse tipo, principalmente no jornalismo.
A definição mais simples de uma startup é “uma organização em processo de prototipagem de um modelo de negócios”. E, para os fins deste playbook, vamos adicionar duas condições próprias:
1. Seu negócio está tentando crescer para alcançar a viabilidade financeira.
O termo “crescer” é importante aqui.
Não há nada errado em começar um blog, criar conteúdo para quem quiser lê-lo e aceitar contribuições daqueles que desejam colaborar. Porém, a menos que você esteja ativamente tentando aumentar seu alcance e sua receita, consideraríamos essas atividades um hobby, e não uma startup.
Em relação a “viabilidade financeira”, isso pode significar gerar receita suficiente para pagar a si mesmo ou sustentar uma equipe inteira.
O tamanho do seu negócio não importa. O mais importante é que você tenha uma visão clara para monetizar seu trabalho e gerar receita suficiente para atender às suas ambições jornalísticas.
2. Seu negócio é novo e ágil o suficiente para realizar mudanças estratégicas.
Quanto mais tempo um negócio opera, mais arraigado em seus hábitos e rotinas ele se torna, e mais difícil fica para se libertar da “forma como as coisas sempre foram feitas”.
Isso é o que diferencia as startups. Como são negócios novos ou em fase inicial, elas são suficientemente ágeis para adaptar seus modelos de negócios no meio do caminho, dobrando a aposta naquilo que está funcionando e abandonando o que não está.
Uma newsletter sobre o negócio do hip-hop testou um programa de afiliação — e, então, fez uma mudança estratégica para algo totalmente diferente.
Defina o problema que seu negócio de notícias está tentando solucionar
Quem é seu público-alvo?
Todos os negócios bem-sucedidos solucionam um problema para alguém. O mesmo se aplica aos negócios de jornalismo.
Eles solucionam problemas para as audiências — tanto pessoas quanto organizações — que precisam de informações confiáveis para tomar decisões sobre como votar, como investir seu dinheiro, onde jantar na sexta-feira à noite, e assim por diante.
O economista de mídia James T. Hamilton identifica quatro categorias de necessidades humanas de informação: nossas necessidades de informações como consumidores, trabalhadores, audiências de entretenimento e eleitores.
Neste capítulo, falaremos sobre como identificar necessidades e desafios permanentes ou de longa duração da sua audiência (e, em seguida, discutiremos como desenvolver soluções).
Porém, vamos começar com a questão mais básica: quem é sua audiência?
1. Seu público-alvo não pode ser “todo mundo”.
Notícias e informações ajudam as pessoas a tomar decisões fundamentadas em suas vidas — porém, isso não significa que elas precisem das suas notícias e informações, principalmente em um mundo digital repleto de opções.
Os negócios bem-sucedidos sabem exatamente para quem são e para quem não são voltados, e sua forma de descobrir isso é (a) desenvolvendo uma hipótese sobre quem pode ser sua audiência, e (b) conduzindo uma pesquisa com usuários para testar se ela é verdadeira.
Se você ainda não tem uma hipótese, aqui estão algumas perguntas a ser consideradas inicialmente:
A qual região seu negócio de notícias está tentando atender? Um país inteiro? Uma cidade? Um bairro?
Quais tópicos e questões seu negócio abordará? Ele se aprofundará em um único tópico, como justiça criminal ou cuidados de saúde? Ou simulará um jornal tradicional cobrindo diversos tópicos?
Em qual(is) idioma(s) seu negócio será publicado, e de que forma isso limitará ou ampliará o público-alvo?
Qual modelo de negócios utilizará para ganhar dinheiro, e como isso afeta o tipo de audiência que precisará alcançar?
Se essas questões não estão ajudando você a definir uma audiência, considere a seguinte:
Quais são as comunidades às quais você já pertence ou pelas quais sente paixão, e quais lacunas de informações elas estão enfrentando?
Você vive em uma comunidade onde os jornais locais encerraram suas atividades ou deixaram de fornecer cobertura aprofundada sobre uma questão específica?
Você pertence a uma comunidade de imigrantes que não tem acesso a notícias ou informações em seu idioma nativo?
Você se identifica com um grupo político, racial ou cultural que não vê suas questões refletidas nos meios de comunicação estabelecidos?
Você trabalha com organizações sem fins lucrativos ou outras organizações locais que precisam de ajuda para alcançar seus públicos-alvo?
Conforme começa a identificar as lacunas de informações, também vale considerar quantas pessoas você acredita que sejam afetadas por uma lacuna específica — e se esse número é suficiente para se criar um negócio em torno do tema.
Como discutiremos no capítulo 5, um bom produto apenas se tornará a base de um negócio viável se houver um grande mercado para ele. Por isso, nesta etapa inicial, você deve priorizar ideias que cumpram esse critério claramente enquanto descarta aquelas que não o cumpram.
2. Você pode detalhar seu público-alvo mais preciso através do uso de “personas”.
Após definir um público-alvo, considere aprofundar-se nos padrões de comportamento e características distintas comuns às pessoas que você está tentando alcançar.
Por exemplo, caso tenha definido seu público-alvo como a primeira geração de imigrantes em São Paulo, você poderá perguntar: quais idiomas eles falam? Em quais bairros vivem, fazem compras ou trabalham? Quais dispositivos ou apps eles usam para acessar notícias e informações? Que desafios enfrentam em seu dia a dia, e quais lacunas de informações podem estar tornando esses desafios mais difíceis?
Responder a questões como essas ajudará você a desenvolver um conjunto de personas dos usuários — ou personagens fictícios que personificam os tipos de pessoas às quais seu negócio deverá atender.
Porém, não fique muito apegado a elas. Conforme discutiremos mais à frente no playbook, suas personas dos usuários provavelmente evoluirão depois que você começar a fazer entrevistas com usuários reais — e, do ponto de vista da criação de produto, elas poderão eventualmente se tornar menos úteis a você do que as jornadas dos usuários.
Este modelo de avatar de cliente da Digital Marketer ajudará você a esboçar suas primeiras personas dos usuários e começar a identificar as características do seu público-alvo.
3. Considere as outras partes interessadas às quais seu negócio deverá atender.
As pessoas que leem, assistem ou ouvem seu jornalismo formam parte da audiência à qual você serve, mas não são a única.
Em muitos casos, sua startup também deverá atender a outras partes interessadas. Dependendo do seu modelo de negócios, elas poderão incluir:
empresas que pagam para anunciar para a sua audiência
fundações que concedem subsídios para apoiar seu jornalismo
doadores que fazem pequenas ou grandes contribuições porque acreditam na missão do seu trabalho
clientes que pagam por conteúdo de marca ou outros serviços diretos oferecidos por você
investidores que pagam para obter participação financeira em seu negócio
membros do conselho que têm a responsabilidade fiduciária de garantir que você cumpra sua missão
Neste ponto da jornada da sua startup, você não precisa saber exatamente como ganhará dinheiro, ou mesmo como irá estruturar seu negócio. (Falaremos sobre isso mais à frente.)
O objetivo é simplesmente começar a pensar nos diferentes interesses aos quais seu negócio atenderá — da sua audiência aos seus clientes — e o que essas partes interessadas poderão querer do seu negócio.

A Scalawag queria envolver um público jovem, diverso e progressista da região sul dos EUA em uma nova conversa sobre o sul. Porém, seu produto principal — uma revista literária trimestral— não alcançava esse público-alvo, e seus membros pagantes eram usuários mais velhos e em grande parte brancos espalhados por todo o país.
Quais problemas você pode solucionar para sua audiência?
A maioria dos empreendedores inicia sua jornada de negócios com uma ideia que acredita ser ótima. Porém, você não terá provas de que ela é boa até que descubra se a ideia é capaz de solucionar algum problema para seu público-alvo.
Então, como descobrir quais são os problemas do seu público-alvo? A teoria Jobs To Be Done / JTBD (ou Teoria dos Trabalhos a Realizar) é um bom ponto de partida.
A estrutura JTBD é criada em torno da ideia de que as pessoas têm trabalhos a realizar em suas vidas e que contratam ou descartam produtos para ajudá-las com esses trabalhos.
Neste caso, “trabalho a realizar” não é uma tarefa como ler as notícias. Em vez disso, trata-se da motivação para concluir essa tarefa, como o desejo de oferecer uma opinião embasada sobre o que está acontecendo no mundo.
Aqui está uma estrutura que você pode usar para escrever declarações de JTBD ao seu público-alvo:
Quando , eu quero para que eu possa .
Nessa estrutura, você começa com situação (“quando…”), seguida pela motivação (“quero…”), e encerra com o resultado desejado (“para que eu possa…”).
Aqui estão alguns JTBDs possíveis para audiências de notícias locais:
Quando estou morando em um novo lugar, quero saber sobre os melhores bares e restaurantes para que eu possa viver como um local.
Quando estou tentando poupar dinheiro, quero saber sobre ofertas e descontos na cidade para que eu possa desfrutar experiências divertidas sem ficar no vermelho.
Quando uma eleição se aproxima, quero saber sobre os problemas e candidatos para que eu possa tomar uma decisão inteligente sobre como votar.
Quando tenho tempo livre, quero descobrir oportunidades de trabalho voluntário na comunidade para que eu possa conhecer outras pessoas que se importam em doar.
Assim que refinar os trabalhos a serem feitos pelo seu público-alvo, você poderá fazer perguntas do tipo “como podemos” para ajudar a desenvolver soluções para esses trabalhos. Por exemplo, como podemos ajudar as pessoas a saberem sobre novas inaugurações de restaurantes?
Esse exercício pode direcioná-lo rumo a soluções que talvez já tenham sido consideradas. Mas, se feito com a mente aberta, pode surpreendê-lo com a quantidade de ideias novas que surgem.
A chave para um bom exercício do tipo “como podemos” é fazer as perguntas certas. Confira alguns conselhos para aguçar sua criatividade.
Como confirmar suas suposições sobre seu público-alvo e as suas necessidades?
Até agora falamos sobre como definir seu público-alvo e como identificar potenciais problemas — ou trabalhos a serem realizados — que seu negócio pode ajudar a solucionar.
Porém, como você saberá se os problemas identificados são precisos?
A resposta curta é: perguntando às pessoas.
UEntrevistas e pesquisas com usuários são uma forma pela qual empreendedores validam ou desafiam suas principais suposições antes de tomar uma decisão importante — e você deve planejar conduzi-las regularmente antes e depois de lançar seu negócio.
Confira algumas dicas para começar:
1. Entreviste as pessoas certas.
Você pode começar a testar suas suposições com apenas 10 ou 20 entrevistas, mas é importante que elas sejam feitas com as pessoas certas — ou, em outras palavras, com usuários potenciais que façam parte do seu público-alvo.
Não sabe como alcançar essas pessoas? Considere suas redes de contato: você participa de grupos do Facebook que sejam populares entre seu público-alvo? Possui amigos ou colegas com grandes listas de e-mails? Há alguém que você já entrevistou que possa fazer uma indicação?
Você também pode considerar útil revisitar suas personas do usuário e identificar locais onde seu público-alvo atualmente passa seu tempo, seja pessoalmente ou online.
Por exemplo, se você está tentando alcançar pais com filhos pequenos, distribuir folhetos em uma creche ou publicar em um fórum sobre paternidade podem ser maneiras eficazes, ainda que pouco convencionais, de chamar a atenção deles.
É fácil excluir partes do seu público-alvo das entrevistas com usuários, caso você não recrute participantes da maneira certa. Veja aqui por que isso é um problema, e como evitá-lo.
2. Escreva um roteiro para sua entrevista.
O objetivo das entrevistas com usuários não é saber a opinião das pessoas ou receber feedback sobre sua ideia. (É dessa forma, por sinal, que você obtém um
).Em vez disso, o objetivo é entender como as pessoas enfrentam certos problemas em suas vidas. É por esse motivo que suas perguntas devem focar nelas, e não em você mesmo.
Por exemplo, você pode perguntar:
Como você se mantém atualizado sobre o que está acontecendo em seu bairro?
Como você fica sabendo sobre atividades para se fazer na sua região?
O que está acontecendo em sua comunidade sobre o qual seus amigos estão falando, mas do qual que você gostaria de saber mais?
O que você adoraria fazer, mas ainda não encontrou aqui?
É melhor que nenhuma das perguntas da sua entrevista inclua o termo “jornalismo”. Ele poderá se aplicar à sua solução em última instância, mas a entrevista deve se ater exclusivamente aos problemas dos seus usuários, e isso envolve pensar e falar mais abertamente sobre necessidades de informação e desafios diários.
A cofundadora do WhereBy.Us, Rebekah Monson, criou este modelo de entrevista de usuário com audiências de notícias locais em mente, mas você pode adaptar os tópicos de acordo com sua ideia de produto e público-alvo.
3. Olhe para o passado, e não para o futuro.
Se você já mudou seus planos para o fim de semana no último minuto ou não cumpriu suas resoluções de ano novo, sabe que os seres humanos nem sempre são bons em prever suas ações futuras.
É por isso que as entrevistas com usuários devem perguntar aos participantes sobre aquilo que eles fizeram no passado, e não o que podem considerar fazer no futuro.
Por exemplo, você pode perguntar: “Quantas vezes na semana passada você pesquisou conselhos sobre paternidade online? Mas não pergunte: “Com que frequência você visitaria um site de notícias focado em paternidade, caso eu criasse um?”
4. Peça por indicações e pela oportunidade de realizar acompanhamentos.
As pessoas que compõem seu público-alvo normalmente conhecerão outras que também fazem parte dele, e o final da entrevista é um ótimo momento para você pedir para ser apresentado a uma delas para sua próxima entrevista.
A chave é ser específico sobre o que você quer (uma introdução personalizada por e-mail costuma ser melhor.
E, por fim, em cada entrevista realizada, não se esqueça de pedir permissão para fazer o acompanhamento, caso você tenha dúvidas adicionais ou atualizações no futuro.
Caso seu entrevistado permita, você poderá convidá-lo para se tornar um dos pioneiros na adoção do seu produto, assim que estiver pronto para o próximo passo: lançar um produto viável mínimo.
O Guia de Afiliação do Membership Puzzle Project compartilha outros bons conselhos para conduzir entrevistas com usuários, incluindo dicas para deixar seus entrevistados mais confortáveis.
Crie e mensure seu produto viável mínimo (MVP)
Como você testa sua ideia de negócio com um experimento de MVP?
O objetivo de se criar um produto viável mínimo, ou MVP, não é testar todas as partes do seu negócio.
O objetivo é simplesmente começar — e responder a uma das primeiras perguntas que qualquer startup enfrenta: as pessoas identificam algum valor em seu produto? Ou, em outras palavras, ele é capaz de solucionar os problemas delas de forma bem-sucedida?
A forma mais rápida de descobrir isso é lançando uma versão do seu produto em pequena escala, levando-o à frente de potenciais usuários e mensurando as respostas deles. Por isso, vamos falar sobre cada um desses passos:
1. Crie seu experimento de MVP
Produto viável mínimo (MVP) é a versão da sua ideia que permitirá que você obtenha o máximo nível de aprendizado com o menor esforço possível.
Você também poderá ouvir falar nesse conceito descrito como produto possível mínimo ou produto desejável mínimo, mas a ideia é a mesma: o MVP deve ser minimamente grande a ponto de oferecer valor ao seu público-alvo – e nada além disso.
Então, o que isso significa para as startups de notícias? Confira alguns fatores a serem considerados:
Frequência: qual é a frequência mínima com que você pode publicar e, ao mesmo tempo, receber feedback e insights significativos da sua audiência? Por exemplo, caso seu objetivo eventual seja oferecer um produto de notícias diárias para sua comunidade, você pode considerar começar com uma versão semanal reduzida.
Plataforma: qual é a plataforma de menor custo que você pode usar para testar sua ideia? Não é preciso criar um site personalizado de alto custo para começar a publicar conteúdo e obter feedback quando uma simples newsletter por e-mail pode fazer esse trabalho.
Escopo: entre os problemas dos usuários que você identificou no capítulo 2, qual é o mais simples ou mais importante para seu MVP solucionar? Você não precisa solucionar todos os problemas dos usuários imediatamente para ser útil — portanto, este é um bom momento para definir prioridades. Por exemplo, você pode começar cobrindo apenas um tópico ou atendendo a apenas uma audiência, com o objetivo de expandir-se eventualmente.
Newsletters são uma fonte popular de receita para empresas de notícias, além de ser uma maneira fácil de se começar a publicar conteúdo – e coletar endereços de e-mail no processo.
Baixo preço para lançar através de plataformas de e-mail que cobram com base no número de pessoas em sua lista de envio — ou retirando uma pequena porcentagem sobre sua receita de assinaturas pagas.
Fácil de escalar aumentando sua frequência de publicação ou lançando newsletters derivadas.
Você é proprietário do seu conteúdo e tem acesso aos e dados coletados de usuários coletados, e essa relação direta com seus usuários significa que eles acompanharão seu conteúdo de forma confiável.
Seja qual for a abordagem escolhida, seu experimento de MVP deve ser um experimento real, projetado para colocar sua ideia à prova e fornecer feedback útil.
Isso significa que você deverá definir o que é o sucesso, identificar perguntas às quais está tentando responder e, acima de tudo, definir um prazo para avaliar os resultados.
Se você decidir lançar um MVP de newsletter, este guia de código aberto do Lenfest Institute e do Shorenstein Center da Harvard Kennedy School pode ajudá-lo a desenvolver um modelo de e-mail, ampliar sua lista e medir os resultados.
2. Recrute participantes para seu experimento
Um experimento de MVP bem-sucedido geralmente começa a ganhar impulso por conta própria – mas apenas depois que você recruta seus primeiros 10, 50 ou 100 usuários.
Então, como fazer para encontrar essas pessoas?
Muitos empreendedores de notícias começam explorando suas redes pessoais, profissionais e sociais – e não há problema nisso.
Apenas se certifique de que as pessoas que você está recrutando façam parte do seu público-alvo de fato, e que não sejam tão íntimas a ponto de não fornecer um feedback honesto.
O contato direto pode começar com seus amigos e familiares, mas não precisa terminar aí.
Pense em outros locais nos quais seu público-alvo passa tempo, e como você poderá falar com ele.
Ideias
Publique no Facebook, LinkedIn, Reddit, NextDoor ou em outros fóruns online onde seu público-alvo já é ativo.
Converse com as pessoas em eventos ou em outros espaços públicos (ex.: mercados, reuniões de bairro, grupos de pais, etc.).
Escreva um post no Medium ou uma thread no Twitter e incentive as pessoas em sua rede a compartilhá-lo.
Envie um e-mail às pessoas em sua rede e peça a elas para apresentar ou indicar você a usuários potenciais.
3. Reúna feedback e avalie o comportamento do usuário
O último passo do seu experimento de MVP é avaliar se seu produto ganhou tração entre seus usuários ou não. Você pode responder a essa pergunta analisando dois tipos de resultados:
Comportamento do usuário: os usuários demonstram que valorizam o produto ou serviço interagindo com ele regularmente?
Feedback do usuário: os usuários estão dizem que valorizam o produto ou serviço em pesquisas e entrevistas?
Alcance: se seu MVP é público, seu conteúdo está alcançando mais, menos ou a mesma quantidade de usuários por semana?
É importante considerar esses dois resultados, pois os dados e pessoas não são 100% confiáveis.
Alguns usuários, por exemplo, poderão tentar proteger seus sentimentos fornecendo feedback positivo em uma pesquisa ou entrevista, apesar de não acharem seu produto ou serviço suficientemente útil para interagirem com ele regularmente.
Enquanto isso, outras pessoas poderão se sentir obrigadas a interagir com seu conteúdo diariamente, pois cadastraram-se para o MVP – mas, quando você pedir o feedback delas, ele não será favorável.
É por isso que é importante considerar tanto o comportamento como o feedback dos usuários o comportamento do usuário e o feedback do usuário — e começar seu experimento de MVP com um plano para mensurá-los.
Seja qual for seu produto, você deverá
para entender o comportamento do usuário:1. Recência: quando foi a última vez que o usuário médio interagiu com seu produto?
Não é surpresa notar um aumento de interesse e engajamento quando você lança um MVP, pois as pessoas ficam curiosas com a ideia e querem conferi-la. Porém, para saber se está gerando um engajamento sustentado com esses pioneiros na adoção, você deverá avaliar a última vez que eles visitaram seu site, abriram sua newsletter, baixaram seu podcast, etc., monitorando métricas como
ou o número médio de dias desde a última visita.2. Frequência: com que periodicidade o usuário médio interage com seu produto?
Se os usuários pioneiros na adoção continuam a interagir com seu produto após a impressão inicial, a próxima pergunta a se fazer é com que frequência eles interagem. Por exemplo, caso seu MVP seja uma newsletter semanal por e-mail, você deverá saber se o usuário ativo médio está abrindo seus e-mails toda semana ou apenas uma ou duas vezes por mês, pois isso mostrará se seu produto é suficientemente atraente a ponto de criar usuários leais, e não casuais.
3. Profundidade: quando os usuários interagem com seu produto, por quanto tempo eles permanecem e quanto conteúdo consomem?
Uma métrica relacionada à lealdade do usuário é a quantidade de conteúdo com o qual um usuário interage a cada vez que visita seu site.
Para um site ou blog, você pode medir facilmente o volume monitorando o número médio de web posts que o usuário visualiza por visita.
No caso de podcasts, newsletters e outros tipos de produtos, não é tão simples assim, mas métricas como taxa de cliques e tempo médio de audição podem oferecer um senso parecido do nível de profundidade com o qual seus usuários estão interagindo com seu produto a cada visita.
Criar e testar um MVP não é apenas um passo para os empreendedores de primeira viagem. Em janeiro de 2014, a Vox Media anunciou que Ezra Klein deixaria o The Washington Post para comandar a sétima marca de mídia da empresa — mas essa marca ainda precisava ser planejada, desenvolvida, criada, testada e até mesmo nomeada. Tudo isso em questão de meses.
Como o MVP ajuda você a aprimorar seu produto?
Em um mundo perfeito, todos os dados e feedback que você reúne a partir do seu experimento de MVP apontariam para a mesma direção. Mas isso raramente acontece.
Na verdade, experimentos que envolvem usuários reais são complicados e podem exigir tempo e esforço para esclarecer o que significam para seu negócio.
Aqui estão algumas dicas e truques para evitar esse caos e dar sentido àquilo que você aprendeu.
1. Compare o comportamento do seu usuário e os resultados da pesquisa com os padrões da indústria.
À medida que você começa a coletar dados do seu MVP, tente evitar se comparar com líderes da indústria que tenham orçamentos e audiências muito maiores.
Em vez disso, identifique as médias da indústria para as métricas-chave que importam para seu produto, seja a taxa de abertura de newsletter, tempo gasto na página ou Net Promoter Score — e avalie como você se compara.
Ou, melhor ainda, encontre outro negócio que esteja criando um produto similar para uma audiência similar e use o desempenho dele como parâmetro de referência. Em última análise, os dados dessa empresa similar poderão fornecer o comparativo mais útil para seu MVP, pois fatores como tamanho da audiência, dados demográficos da audiência e região geográfica podem fazer uma grande diferença no nível de engajamento que você deve esperar.
2. Organize o feedback dos usuários por temas
As métricas podem ser confusas, mas o feedback qualitativo que você receberá das entrevistas e pesquisas com usuários é ainda mais complicado. Ele poderá até mesmo estar repleto de contradições.
Tudo bem quanto a isso. Seu objetivo não é deixar todos os usuários satisfeitos, mas maximizar o valor para seu público-alvo em geral. E a melhor forma de se fazer isso é procurando por tendências.
Diversos usuários informaram para você que seu produto de notícias é muito confuso? Muito forte nas opiniões? Insuficientemente forte nas opiniões? Pouco frequente?
Enquanto você analisa as respostas, procure por tendências desses tipos que possam orientar seus próximos passos, e não fique obcecado com respostas fora do padrão.
3. Revisite e revise seus trabalhos a realizar.
No capítulo 2, recomendamos revisitar as necessidades e trabalhos a realizar dos seus usuários após concluir sua primeira rodada de entrevistas com eles. Agora, vamos fazer isso novamente.
Como uma startup, você nunca deixará de aprender sobre seus usuários e as necessidades deles, e deve reavaliar e atualizar suas suposições sempre que concluir uma rodada de entrevistas ou pesquisas.
O que você deve fazer a seguir após seu experimento de MVP?
Após concluir seu experimento de MVP, há três opções sobre como proceder: você pode perseverar, você pode mudar ou você pode recomeçar.
1. Caso tenha constatado que as pessoas valorizam seu produto, e se conhece a origem desse valor, você deve perseverar.
Isso não significa necessariamente que você está pronto para lançar um novo negócio amanhã.
Conforme falaremos no capítulo 4, ainda há outras questões importantes a serem respondidas sobre seu modelo de monetização e viabilidade de mercado.
O que isso efetivamente significa é que sua ideia se mostra promissora como uma solução às necessidades de pessoas reais, e vale a pena explorar se essa ideia é capaz de se sustentar como um negócio lucrativo.
2. Se você está recebendo sinais confusos a partir do seu experimento de MVP, considere fazer uma mudança estratégica.
Pode ser que as pessoas tenham adorado a ideia do seu produto, mas não gostaram da execução dele.
Ou, talvez, você descobriu nas entrevistas com usuários que o público-alvo do seu produto é diferente do esperado.
Se esse for o caso, sua ideia de negócio ainda pode ser viável, caso você faça as mudanças certas. E você definitivamente não está sozinho.
As we’ll discuss in Chapter 4, there are still other important questions to answer about your revenue model and market viability.
3. Se seu experimento de MVP não ganhou muita tração, agora é a hora perfeita para recomeçar.
Não é incomum que um experimento de MVP dê errado — e que também não seja um fracasso.
De fato, descobrir problemas com sua ideia de negócio no início do processo é uma grande vitória, pois significa que você poupou tempo e dinheiro em uma ideia com a qual suas potenciais audiências jamais se identificariam.
Se você se encontrar nessa posição, reserve tempo para recomeçar. Agradeça às pessoas que o apoiaram. Anote o que você aprendeu. E, então, caso decida voltar à estaca zero, desta vez, você terá mais experiência e uma melhor compreensão sobre o desafio à frente.

Os cofundadores da Lokal, Jani Pasha e Vipul Chaudhary, acreditavam que haviam criado um serviço de notícias capaz de combater as fake news na Índia e ajudar os usuários a se manter mais informados sobre as notícias locais. Porém, quando lançaram seu primeiro produto, em 2018, a ideia fracassou, e eles foram forçados a recomeçar seus planos de negócios.
Startups fracassam a todo momento, mas isso não precisa marcar o fim da sua jornada como empreendedor. Confira alguns conselhos sobre o que fazer a seguir, caso sua ideia não decole.
Identifique a missão e os valores que guiarão você
Como você articula e integra sua missão e valores?
Escrever uma declaração de missão pode ser uma ferramenta poderosa para articular os valores condutores do seu negócio — ou pode ser uma jogada de publicidade que não significa absolutamente nada.
A diferença depende do fato de você ter ou não um plano para cumprir seus valores e sua missão, mesmo enquanto enfrenta as demandas reais de administrar um negócio. Aqui vão algumas dicas:
1. Escreva sua declaração de missão, sua declaração de visão e seus valores fundamentais.
A missão, visão e valores da sua empresa estão intimamente ligados relacionados, mas eles não são a mesma coisa.
“Missão” é o que você quer que seu negócio faça. “Visão” é o que você quer que seu negócio se torne. E “valores” são a forma como você quer executar sua missão para alcançar sua visão.
É possível que sua missão e visão evoluam ao longo do tempo à medida que você aprende mais sobre as necessidades dos usuários que seu negócio pretende solucionar.
Porém, mesmo que você adapte sua missão e visão, seus valores devem permanecer consistentes. Eles são os princípios fundamentais que você está prometendo honrar. Portanto, é importante focar em acertá-los desde o princípio.
Escrever uma missão, uma visão e um conjunto de valores fundamentais deve ser um esforço em equipe, mesmo que você ainda não tenha uma equipe oficialmente. Veja aqui como fazê-lo.
2. Desenvolva políticas específicas que reflitam sua missão e seus valores.
Se uma missão é o modelo da empresa que você quer criar, as políticas são instruções para transformar essa visão em realidade.
Em outras palavras, suas políticas devem responder a perguntas do tipo “como”. Por exemplo:
- Se você valoriza a precisão, como irá verificar os fatos relativos ao seu trabalho? E como divulgará erros quando cometê-los?
- Se você valoriza a independência, como irá manter seu trabalho editorial livre da influência de anunciantes? E como evitará ou comunicará conflitos de interesse?
- Se você valoriza a diversidade racial, étnica e cultural, como irá alcançá-la em sua cobertura de notícias? E como fará o mesmo dentro da sua organização?
- Se você valoriza a colaboração, como firmará parcerias com outros negócios de notícias para aprofundar seus respectivos impactos? E como facilitará o trabalho em equipe entre seus próprios colegas?
Enquanto responde a essas perguntas do tipo “como”, você poderá perceber que não tem os recursos ou a capacidade necessários para cumprir o prometido perfeitamente. Tudo bem quanto a isso.
O objetivo deve ser definir expectativas realistas para si mesmo e para seus colegas, e anotar essas expectativas para que você possa se manter responsável perante elas.
3. Decida o que você não realizará enquanto negócio.
As políticas das empresas geralmente abordam as medidas positivas que você tomará para cumprir seus valores — mas elas também podem ser úteis para indicar os problemas específicos que você deseja evitar.
Por exemplo, você pode optar por não cobrir tipos específicos de histórias porque eles não refletem seu compromisso com a justiça social. Ou pode se recusar a aceitar doações anônimas porque elas não refletem seu compromisso com a transparência.
Definir esses limites pode ajudar a levar seus valores da teoria à prática, e eles podem auxiliar você a tomar decisões difíceis antes que elas sejam necessárias — com seus valores à frente como prioridade.
4. Considere o impacto do seu modelo de financiamento sobre suas políticas.
Como empreendedor, é quase inevitável que você passe por momentos de tensão entre seus valores e seus incentivos financeiros, e que seja forçado a enfrentar as questões éticas associadas a isso. Por exemplo:
- Se você depende da monetização de publicidade, o que fará se um anunciante reclamar sobre uma cobertura de que ele não gosta? E se ele ameaçar retirar seu apoio publicitário?
- Se você depende da monetização de assinaturas ou associados, qual obrigação terá com as pessoas que não têm condições de adquirir uma assinatura ou filiação? Qual nível de acesso ao seu conteúdo e à sua comunidade elas devem receber?
- Se você depende do financiamento de subsídios, como avaliará se uma oportunidade de subsídio atende à sua missão ou apenas enche seus cofres? Há tópicos ou problemas que estão além do seu escopo? E há termos ou condições de subsídio que você se recusaria a aceitar?
- Se você está angariando fundos de investidores, como se certificará de que as expectativas de crescimento deles se alinhem às suas? E como lidará com qualquer pressão que eles venham a fazer para maximizar lucros a qualquer custo, mesmo que isso signifique recorrer a outras alternativas?
Você talvez nunca consiga eliminar essas tensões, mas pode pelo menos se preparar para as duras trocas que será forçado a ponderar, considerando-as antecipadamente e criando um plano sobre como responderá a elas.
Como criar um negócio que priorize a diversidade e a inclusão?
O primeiro passo para transformar a diversidade racial, étnica e cultural, bem como a inclusão, em prioridades para seu negócio é entender porque elas são tão importantes — já que a diversidade apenas pela diversidade não deve ser o objetivo de ninguém.
O maior objetivo deve ser refletir as necessidades, preocupações e experiências das comunidades às quais você serve através da criação de uma equipe capaz de:
- obter acesso a fontes com uma gama maior de perspectivas
- identificar ideias de reportagens que você não consideraria de outra forma
- usar linguagem e tom que sejam inclusivos a todos aqueles a quem você pretende servir
- encontrar formas de alcançar e interagir com toda a extensão da sua comunidade
Quando entender de que forma a diversidade e a inclusão contribuem para sua missão jornalística, você estará pronto para começar a dar estes passos (e outros) para integrá-las ao DNA do seu negócio:
1. Monte uma equipe diversificada desde o início.
Mesmo que você esteja atuando como um empreendedor solo, ainda há maneiras de abordar suas lacunas de habilidade e formar uma equipe diversificada desde o início:
Encontre um cofundador. Lançar um negócio com outra pessoa não apenas tornará sua jornada menos solitária, como lhe oferecerá a chance de incluir alguém cujas habilidades, histórico profissional e experiências de vida complementem suas próprias.
Crie um conselho consultivo comunitário. Esse grupo de pioneiros no apoio pode ajudar você a testar suas suposições e refletir sobre decisões importantes, seja voluntariamente ou com pagamento de honorários.
Recrute uma equipe de freelancers diversificada. Muitas startups de notícias contratam freelancers antes de contratar funcionários em tempo integral — e, às vezes, esses freelancers se tornam funcionários em tempo integral. É por isso que é importante recrutar ativamente talentos diversificados, em vez de depender inteiramente de suas redes existentes.
Estabeleça um processo de contratação antes de precisar dele. Seja criando seu próprio processo ou emprestando um a partir de uma empresa como a Hearken, você precisa de um plano para recrutar candidatos diversificados assim que estiver pronto para contratar, o que pode acontecer antes do que você imagina.
Use esta planilha específica para jornalismo proveniente do Democracy Fund para encontrar candidatos e parceiros diversificados através de uma lista personalizada de associações profissionais, conferências, programas de estágio e outras partes do pipeline de talentos.
2. Crie uma cultura inclusiva de forma intencional.
Se você pretende contratar funcionários para seu negócio, é importante criar uma cultura inclusiva, para que seus colegas de equipe cresçam e prosperem profissionalmente – e, em última instância, queiram permanecer na empresa.
Então, o que torna uma cultura inclusiva? Não existe uma resposta simples para isso, mas há alguns princípios básicos que você deve acertar:
Integração de funcionários. Certifique-se de que os novos funcionários se sintam acolhidos no primeiro dia, seja claro quanto às expectativas e forneça às pessoas as ferramentas e informações que elas precisam para prosperar.
Tomada de decisões. Capacite os funcionários a tomar conscientemente as decisões importantes que afetam o ambiente de trabalho deles e o trabalho da organização.
Feedback + resolução de conflitos. desenvolva processos para incentivar um feedback construtivo em sua empresa e lidar com problemas desafiadores que possam surgir entre a equipe.
Gerenciamento. Marque reuniões particulares periódicas com funcionários que se reportam a você, decida como você quer se comunicar e trocar feedback, e conheça os objetivos profissionais desses funcionários, para que consiga encontrar maneiras de apoiá-los.
Rituais da empresa. Comemore as vitórias da equipe e certifique-se de que todos possam participar dessas celebrações independentemente de seus históricos culturais, restrições alimentares ou hábitos de bebida.
3. Defenda o argumento da diversidade e inclusão para investidores, funcionários e outras partes interessadas.
Se a diversidade e a inclusão forem concebidas apenas como uma obrigação ética, é fácil que sejam descartadas pelas partes interessadas que estão mais preocupadas com seus salários ou retornos de investimento.
E por isso é importante entender como a diversidade e a inclusão também impactam o seu negócio — e, em última instância, seus resultados.
De acordo com uma recente pesquisa científica econômica e social, negócios com níveis maiores de diversidade racial e de gênero têm mais probabilidade de:
Depender de fatos (e não da intuição) para tomar decisões
Processar informações de forma mais cuidadosa
Trazer novas inovações ao mercado
Superar os retornos financeiros médios em suas indústrias
Entender esses incentivos de negócios pode não ser necessário para você tornar a diversidade e a inclusão prioridades, mas eles podem ajudá-lo a defender o argumento para investidores e outras partes interessadas – e o apoio deles somente fortalecerá sua causa.
Como criar um negócio que priorize a igualdade?
Diversidade, igualdade e inclusão costumam ser tópicos debatidos em conjunto, mas, como destaca Lea Trusty do Democracy Fund, a igualdade é frequentemente subestimada durante essas conversas.
Não é difícil descobrir porquê. Comparada à diversidade e à inclusão, a igualdade exige um esforço maior. Ela significa compartilhar e alternar o poder, e redirecionar recursos às pessoas e organizações que foram historicamente impedidos de acessá-los.
Se você valoriza essa causa, não apenas adicione o termo “igualdade” à sua missão. Crie um plano para priorizá-la em seu negócio, começando com passos simples como estes:
1. Ofereça mentoria, estágios e desenvolvimento profissional a jornalistas e jornalistas aspirantes de comunidades sub-representadas.
Devido à desigualdade existente no ensino superior e além, muitas pessoas com histórico de sub-representação jamais obtêm acesso ao treinamento ou educação de que precisariam para se tornarem jornalistas, ou o desenvolvimento e mentoria profissional necessários para ascender na carreira.
Os negócios de notícias que valorizam a igualdade podem ajudar a corrigir essa lacuna de acesso primeiramente oferecendo mentoria direcionada, treinamento e estágios pagos e, então, escrevendo descrições de vagas que exijam “disposição de aprender”, e não “anos de experiência”.
2. Tome decisões de compra deliberadas.
Empresas de notícias adquirem produtos e serviços a todo momento, e essa é uma boa oportunidade de investir em negócios de propriedade de minorias.
Se você for contratar um serviço de bufê para um evento, busque uma lista de restaurantes locais de propriedade de mulheres e/ou pessoas de cor.
Se for contratar um escritor ou fotógrafo freelancer, procure por um diretório como este de Portland.
Se estiver tentando decidir quais ferramentas tecnológicas e plataformas usar, procure por diversidade de gênero, raça e outras minorias sub-representadas na equipe de liderança da empresa.
A implantação de pequenos passos como esses pode fazer uma grande diferença para as pessoas e negócios que você está apoiando – e podem ser viabilizados com apenas algumas pesquisas adicionais.
3. Pague seus redatores de colunas de opinião e outros colaboradores.
Empresas de notícias frequentemente descobrem que algumas pessoas em suas comunidades estão dispostas a enviar colunas de opinião e outros tipos de conteúdo gratuitamente, o que pode parecer uma ótima barganha.
O problema é que nem todos podem se dar ao luxo de contribuir com conteúdo sem ser pago por isso, e as pessoas que podem fazê-lo não necessariamente representam a comunidade mais ampla à qual você está tentando servir.
É por isso que é uma boa ideia pelo menos oferecer um pagamento aos seus colaboradores. Se eles se recusarem, você pode contabilizar isso como uma doação ao seu negócio. Porém, fazendo a oferta, você está tornando sua publicação mais acessível a mais pessoas — e ajudando a garantir que seus artigos de opinião e outras contribuições de usuários reflitam um conjunto mais diversificado de perspectivas.
A Online News Association, o Maynard Institute e a Open News estão se unindo em um esforço para criar organizações de notícias antirracistas e desenvolver padrões da indústria para princípios, políticas e práticas que eliminem o racismo institucional.
Crie um plano de negócios para sua ideia
Como os negócios de notícias ganham dinheiro?
Não importa o valor do seu financiamento inicial angariado a partir de investidores, fundações ou grandes doadores, seu negócio somente será financeiramente sustentável no longo prazo se você faturar mais do que gastar todo mês.
Alcançar a estabilidade financeira não é fácil para as startups de notícias digitais, e não há um plano único a ser seguido. Porém, a experiência de startups de notícias bem-sucedidas em todo o mundo mostrou que isso é possível.
Como elas conseguem? Aqui estão as abordagens mais comuns que startups de notícias digitais usam para gerar receita.
1. Publicidade
Segundo uma pesquisa do Project Oasis, quase dois terços das organizações de notícias digitais da América do Norte dependem mais de publicidade do que de qualquer outra fonte de receita.
Publicidade direta e patrocínios são os tipos mais comuns de publicidade para startups de notícias digitais — e os mais lucrativos, caso você consiga criar relacionamentos sólidos com negócios locais e outros clientes de vendas diretas.
Uma alternativa é a publicidade programática, vendida por um fornecedor terceirizado e associado ao seu conteúdo automaticamente em troca de um pagamento.
A publicidade programática pode ser uma opção de baixo custo para gerar monetização de publicidade (em parte porque não costuma exigir a contratação de um vendedor), mas normalmente oferece retornos menores, principalmente para novas startups com audiências pequenas.
A boa notícia: você não precisa escolher entre uma ou outra opção. De fato, muitos editores usam a publicidade programática como uma forma de preencher as lacunas deixadas por anúncios diretos não vendidos, o que pode ser uma estratégia eficiente para maximizar a monetização de publicidade.
A publicidade direta inclui qualquer unidade de anúncio para um podcast, newsletter, web post ou outro produto digital que você venda diretamente a um anunciante.
Ela pode incluir a publicidade nativa, projetada para refletir a voz, o tom e a aparência do conteúdo editorial, e a publicidade gráfica, publicada adjacentemente ao seu conteúdo editorial.
- Você administra os relacionamentos com seus anunciantes e tem a oportunidade de cultivar e expandi-los ao longo do tempo.
- Você tem mais controle sobre onde e como os anúncios são exibidos em seu site, além de definir o preço de cada pacote de anúncios.
2. Monetização direta da audiência
Muitos editores de notícias estão recorrendo ao apoio direto de suas audiências para diversificar seus portfólios de receitas.
Comparado à publicidade, a monetização direta da audiência é menos vulnerável aos ciclos de mercado, mais previsível mensalmente, e geralmente melhor alinhada à missão principal da organização.
A pergunta é: pelo que sua audiência estará disposta a pagar?
Talvez seja uma solução personalizada para uma das necessidades do usuário que você identificou no capítulo 2. Ou talvez seja um dos produtos de que estão detalhados abaixo.
Em ambos os casos, o Google Consumer Surveys ou outras ferramentas de pesquisa, como SurveyMonkey ou Typeform, pode ajudá-lo a testar potenciais opções de produto com sua audiência e descobrir por quais deles ela estaria mais disposta a pagar.
As assinaturas permitem aos usuários
que não estão disponíveis gratuitamente.A maioria dos negócios de notícias que vendem assinaturas ainda deixa parte de seu conteúdo disponível gratuitamente, por meio do uso de um paywall parcial ou com medidor.
Porém, algumas publicações, como o Shawnee Mission Post, usam um paywall rígido que limita o acesso a todo o seu conteúdo, exceto uma newsletter gratuita diária por e-mail que contém uma curadoria das principais manchetes.
- As assinaturas podem se tornar fontes confiáveis de receita recorrente, contanto que você continue entregando o valor pelo qual as pessoas se inscreveram.
- A criação de um modelo de assinatura pode ajudar você a identificar os tipos de conteúdo que são mais importantes para seus usuários — e então, concentrar-se na produção adicional desse conteúdo.
As fontes de monetização de audiência que fazem mais sentido para seu negócio dependem do conteúdo que você cria e do mercado ao qual atende — vamos falar sobre esse assunto a seguir.
Você pode ter uma ideia das normas da indústria através da leitura do relatório INN Index 2020 sobre receita orgânica em redações sem fins lucrativos dos EUA, do relatório da SembraMedia sobre startups de notícias na América Latina, e da pesquisa do Project Oasis sobre startups de notícias na América do Norte.
O Playbook de Monetização da Google News Initiative promove uma análise mais profunda sobre a monetização de audiência e as estratégias que as organizações de notícias usam para desenvolver e ampliar essas fontes de receita.
3. Serviços para clientes
Organizações de notícias digitais estão repletas de especialistas na criação, publicação e divulgação de conteúdo na web — e há um mercado para essa experiência, caso você esteja disposto a vendê-la.
Esses serviços para clientesraramente são a fonte de receita principal de uma startup de notícias, mas podem ser uma importante fonte secundária de receita, principalmente à medida que sua equipe e sua capacidade crescem.
inclui qualquer conteúdo criativo personalizado, como um vídeo, podcast, post ou artigo de mídias sociais, que um cliente paga a você para produzir para ele.
Em muitos casos, os clientes também vão querer publicar esse conteúdo em sua plataforma para alcançar uma audiência maior, motivo pelo qual as startups de notícias digitais costumam optar por agrupar conteúdo de marca com publicidade nativa.
- O conteúdo de marca é um produto de mais valor (e com um preço maior) que você pode vender para os anunciantes após estabelecer um relacionamento inicial.
- Esse tipo de conteúdo costuma oferecer mais espaço para criatividade e storytelling do que a publicidade tradicional. Portanto, seus usuários têm mais probabilidade de passar mais tempo interagindo com ele.
O desafio de oferecer serviços para clientes é que, diferentemente das assinaturas, filiações e de alguns tipos de publicidade, eles exigem trabalhos personalizados adicionais toda vez que você conquista um novo cliente.
Esse trabalho extra requer tempo da equipe, o que custa dinheiro. Portanto, é importante estabelecer os preços desses serviços de modo a torná-los lucrativos, e também mantê-los alinhados com seus produtos e serviços essenciais. Caso contrário, eles poderão distraí-lo de sua missão como negócio de notícias.
4. Subsídios e filantropia
Como organizações de notícias locais vêm encontrando dificuldades para se sustentar em muitas comunidades, um número crescente de fundações privadas e filantropos tem entrado em cena para apoiá-las, principalmente nos Estados Unidos.
Um estudo do Shorenstein Center on Media, Politics, and Public Policy descobriu que mais de 6.500 fundações nos EUA concederam subsídios a empresas de jornalismo públicas e sem fins lucrativos entre 2010 e 2015. Combinados, esses subsídios chegaram a US$ 1,8 bilhão.
Então, quais tipos de startups de notícias estão mais bem posicionadas para conseguir esses subsídios? Vamos contextualizar:
- A maioria dos subsídios de fundações é concedida a empresas de jornalismo públicas ou sem fins lucrativos, mas negócios com fins lucrativos também podem disputar esses subsídios ao solicitá-los com um patrocinador fiscal.
- Fundações costumam contribuir para o desenvolvimento de causas específicas, seja aumentando a conscientização pública sobre um problema como as mudanças climáticas, resolvendo necessidades de informações em uma comunidade desamparada ou apoiando negócios de notícias que sejam tão diversificados quanto as comunidades às quais atendem. Quanto mais você puder fazer para ajudar uma fundação a cumprir esses objetivos, maior será sua probabilidade de chamar a atenção dela.
- Fundações não são a única fonte de filantropia. Indivíduos ricos também são umafonte importante de doações filantrópicas, juntamente com grandes empresas que concedem subsídios de responsabilidade social corporativa — portanto, vale a pena considerar o nível de acesso que você tem a esse lado do mundo da filantropia, e se esses financiadores podem ajudá-lo a realizar uma campanha de doação de mesmo valor ou outra iniciativa que maximize o impacto deles.
Solicitar um financiamento de subsídio é um processo demorado que não tem garantia de sucesso, mas confira 15 dicas para aumentar suas chances.
Observação final sobre modelos de monetização: com base em nossa pesquisa para o Project Oasis, a maioria dos negócios de notícias independentes que se considera financeiramente sustentável depende de duas ou mais dessas fontes de receita.
Obviamente, você pode não conseguirdesenvolver múltiplas fontes de receita imediatamente, e não há problemas.
Assim como para seu produto, tente adotar uma abordagem do tipo “adaptar e aprender” na criação do seu modelo de negócios. Escolha uma ou duas fontes de receita no início, desenvolva uma hipótese sobre como você pode obter sucesso, e vá em frente!
Qual é o mercado do seu produto?
Digamos que você lance um produto mínimo viável (MVP), e que as pessoas o adorem. Elas leem e compartilham seu conteúdo, falam sobre você nas mídias sociais, indicam amigos e até enviam correspondência de fãs.
Esse é um ótimo sinal de que seu produto é útil. Porém, isso não significa necessariamente que você tenha encontrado uma ideia de negócio viável. Para se certificar disso, você deverá considerar algumas questões adicionais sobre o mercado para seu produto:
1. O mercado é suficientemente grande para sustentar seu negócio?
Como você define “suficientemente grande” depende de quanta receita seu negócio precisa para cobrir seus custos operacionais básicos. (Falaremos sobre isso em detalhes mais à frente no capítulo.)
Porém, mesmo sem metas de receita exatas, você ainda pode usar o dimensionamento de oportunidade para avaliar o tamanho de um mercado e sua oportunidade de receita — e, então, tirar conclusões mais amplas sobre a viabilidade desse mercado.
A Village Media adotou com sucesso uma abordagem científica e regrada para adentrar novos mercados. A empresa administra e opera 15 marcas no Canadá e sua receita cresceu em 2020, apesar da pandemia.
Você provavelmente já fez algum dimensionamento de oportunidade informalmente em sua cabeça ou no verso de um guardanapo.
Por exemplo, você talvez tenha concluído que um site de notícias local que atenda às pessoas do seu bairro não funcionaria como negócio, pois o tamanho da oportunidade é muito pequeno. E pode ser por isso que você agora esteja planejando lançar um site de notícias para toda a sua cidade, onde a oportunidade de mercado é maior.
Neste próximo exercício, vamos explorar essa intuição para calcular o tamanho da oportunidade do seu negócio na forma de um número real, conhecido como mercado total endereçável (TAM).
Quais outros negócios já estão competindo por esse mercado, e o que seu produto ou serviço pode fazer?
Assim que souber o tamanho do seu mercado, o próximo passo é considerar a concorrência por esse mercado — e quais lacunas esses concorrentes estão deixando para uma startup como a sua.
Conforme discutimos no capítulo 2, as entrevistas com usuários podem ajudar a identificar essas lacunas de mercado ao revelar necessidades de informações e outros problemas dos usuários que não estão sendo solucionados pelos negócios estabelecidos.
Porém, se você tem certeza do que perguntar nessas entrevistas (ou se as respostas forem inconclusivas), também pode começar a identificar lacunas de mercado verificando sinais das seguintes tendências:
Redução do jornalismo investigativo. À medida que jornais fecham suas portas ou reduzem seu escopo, estão fazendo menos reportagens investigativas e outras formas de jornalismo de responsabilidade pública que muitos consumidores de notícias valorizam.
Exclusão de perspectivas historicamente marginalizadas. Muitos negócios de notícias ainda têm dificuldades para refletir ou representar comunidades historicamente negligenciadas. E, como resultado, frequentemente essas comunidades perdem a confiança nessas publicações.
Aumento da captura de mídia em seu país ou região. A captura de mídia ocorre quando governos ou outros interesses poderosos adquirem organizações de notícias privadas (ou reformulam organizações de notícias públicas) e tentam exercer influência sobre suas coberturas editoriais. De acordo com a UNESCO, a captura de mídia está se tornando cada vez mais comum em partes do mundo onde a liberdade de imprensa não é protegida por leis ou regras sólidas.
Cobertura insuficiente de tópicos específicos. A falta de cobertura detalhada sobre questões como educação e esportes criou oportunidades para startups comoChalkbeat e The Athletic nos EUA.
Frustração com o “ponto de vista nulo”. A percepção de que alguns veículos de notícias priorizam o “equilíbrio” em detrimento da verdade afastou muitos consumidores de notícias que preferem apoiar organizações que não finjam objetividade.
Cansaço com negatividade e sensacionalismo. Da mesma forma, outros consumidores abandonaram veículos de notícias que focam em crimes ou outras histórias negativas, mas continuam interessados no jornalismo que destaque soluções ou forneça uma sensação positiva de orgulho comunitário.
À medida que pesquisa a concorrência e identifica lacunas de mercado que seu negócio abordará, você pode começar a estimar seu mercado total endereçável — ou, em outras palavras, o quanto do mercado total endereçável está realisticamente disponível para seu negócio.
3. Quanto custará para criar seu produto, e como isso se compara às suas expectativas de receita?
Você não precisa ter números exatos nesta etapa, mas é válido pelo menos considerar o quanto custará para criar e operar seu produto em uma base contínua, e se essas despesas com a startup são compatíveis com o tamanho da sua oportunidade.
Por exemplo, um produto baseado em uma newsletter custará muito pouco para ser lançado, graças a plataformas como MailChimp, Substack e Ghost, que oferecem avaliações grátis e/ou preços escalonados. No entanto, se esse for seu único trabalho, você precisará pagar seu próprio salário.
Por outro lado, um aplicativo personalizado com tecnologia de geolocalização pode custar uma pequena fortuna para ser criado e mantido, e isso significa que você precisará de um tamanho de oportunidade suficientemente grande para justificar esse investimento.

Em 2016, a 6AM City lançou sua primeira newsletter local em Greenville, Carolina do Sul. Após oito meses, o modelo havia mostrado ser suficientemente promissor, e os cofundadores Ryan Heafy e Ryan Johnson estavam prontos para expandi-lo para novos mercados.
Quanto você deve cobrar dos seus clientes?
Nem todos os negócios de notícia cobram os usuários diretamente por seu conteúdo, mas, para se tornar financeiramente viáveis, todos precisam cobrar por algum produto ou serviço. E isso exige a definição de preços.
De uma perspectiva de negócios, a maneira ideal de definir um preço seria descobrir quanto cada cliente está disposto a pagar e, em seguida, usar a precificação dinâmica para cobrar exatamente esse valor.
Porém, os dados dos clientes nunca são tão precisos assim (e a precificação dinâmica está longe de ser simples). Por isso, as organizações de notícias costumam usar as seguintes abordagens para estimar seus preços ideais.
1. Seus pares e concorrentes podem ajudá-lo a encontrar a faixa de preços adequada.
A forma mais simples de desenvolver um plano de preços inicial é encontrar negócios bem-sucedidos que façam um trabalho similar e verificar quanto eles estão cobrando por seus produtos ou serviços.
Essa abordagem é especialmente útil se você conseguir encontrar organizações similares e bem-sucedidas na mesma região (pois a sensibilidade dos clientes aos preços varia de mercado para mercado). Ao avaliar quanto elas cobram por produtos ou serviços similares, você poderá descobrir uma faixa de preços que os clientes já demonstraram estar dispostos a pagar.
No entanto, você não deve necessariamente se sentir limitado pelos valores cobrados por seus pares, principalmente se seu negócio oferece uma proposta de valor única que esses outros negócios não entregam.
Em vez disso, pense nos dados dos pares como um ponto de referência e, então, deixe que suas pesquisas com clientes e experimentos de preços (sobre o qual falaremos a seguir) guiem-no a partir daí.
2. Seus clientes podem informar para você quanto estão dispostos a pagar.
Quando você tiver uma ideia aproximada da faixa de preços de seu produto ou serviço, consultar um grupo de membros em potencial, assinantes, anunciantes ou outros clientes é uma boa maneira de ajustar sua estratégia de preços.
Os negócios costumam fazer isso descrevendo seus produtos ou serviços em detalhes e, então, perguntando diretamente aos entrevistados da pesquisa quanto eles estão dispostos a pagar, seja na forma de pergunta aberta ou de múltipla escolha.
A desvantagem dessa abordagem é que as pessoas nem sempre fazem previsões confiáveis sobre como poderão agir no futuro. Portanto, é possível que seus resultados superestimem (ou subestimem) o que os clientes em potencial estão realmente dispostos a pagar.
Por isso, é uma boa ideia também perguntar aos entrevistados da sua pesquisa sobre produtos similares que eles compram atualmente, ou causas similares que apoiam, e quanto pagam ou contribuem em média.
Essas perguntas garantirão uma noção mais clara sobre os comportamentos reais dos seus entrevistados e podem ajudar a validar ou contestar os resultados das perguntas mais diretas sobre preços de sua pesquisa.
3. Seus experimentos podem ajudá-lo a encontrar o ponto ideal.
O plano de preços inicial que você adotar provavelmente não será perfeito. Mas tudo bem, contanto que continue testando sua estratégia e a refinando ao longo do tempo.
Para produtos de filiação ou assinatura, você pode até mesmo considerar começar com vários níveis de pagamento ou com uma opção do tipo “pague o quanto puder”, e estudar os padrões que venham a emergir.
Ou você pode oferecer uma taxa de lançamento com desconto e mensurar quantos clientes desistem depois que o preço é elevado.
Foi isso que o El Diario escolheu fazer com sucesso em 2020 durante a pandemia de COVID-19. O site espanhol de notícias digitais perdeu apenas 3% de seus membros existentes após um aumento de 30% no preço, e continuou adicionando novos membros a um ritmo ainda mais rápido do que antes.
O Guia de afiliação do Membership Puzzle Project inclui orientações sobre como encontrar o preço certo para seu produto de afiliação através de pesquisas com usuários e experimentações.
Observações finais sobre preços: não se esqueça de considerar a relação entre o que você cobrará por um produto ou serviço e o que será necessário para esse produto ou serviço atingir o ponto de equilíbrio financeiro.
Por exemplo, se você descobrir que seu usuário médio gastaria US$ 25 para comprar um ticket para um jantar que você está organizando, então será preciso manter o custo dos alimentos, bebidas, entretenimento e tempo da equipe abaixo de US$ 25 por pessoa para obter lucro — ou vender um patrocínio para compensar a diferença.
Como fazer com que os clientes comprem seu produto?
A monetização do seu produto não ocorrerá do dia para a noite, e não acontecerá por acaso.
Para começar a gerar receita, os negócios de notícias devem criar um plano sobre como executar duas tarefas relacionadas, mas distintas:
- Criar um funil de audiência para conscientizar as pessoas sobre sua marca, fazê-las consumir seu conteúdo e transformá-las em clientes leais (e pagantes).
- Criar um funil de vendas para gerar receita a partir de anunciantes, patrocinadores, fundações, clientes de serviços diretos ou outros clientes externos.
Negócios de notícias que geram toda a sua receita a partir de usuários — por meio de filiações ou assinaturas, por exemplo — podem não precisar de um funil de vendas à parte.
Porém, esses negócios são raros, e seu potencial de receita costuma ser muito menor que aquele de negócios que também vendem produtos ou serviços para clientes externos.
É por isso que vamos falar sobre ambos os tipos de funis neste capítulo — e porque você deve realmente considerar a criação de um plano para cada um deles.
1. Crie um funil de audiência que gere lealdade
O funil de audiência para qualquer negócio começa pela aquisição de usuários — ou, em outras palavras, fazer com que os usuários utilizem seu produto, geralmente pela primeira vez.
Aquisição orgânica se refere a qualquer estratégia que os negócios de notícias usam para expandir sua audiência sem marketing ou publicidade pagos. Elas incluem:
- Criar uma presença ativa nas mídias sociais e usar essas plataformas para publicar e compartilhar conteúdo
- Incentivar os pioneiros na adoção e outros usuários leais a compartilhar seu conteúdo com outras pessoas que eles julguem que gostarão de recebê-lo
- Implementar práticas recomendadas para otimização de mecanismos de busca (SEO) para melhorar o desempenho do seu conteúdo nos resultados de pesquisa na web
- Firmar parcerias que permitam promover seu trabalho gratuitamente por meio de outras organizações
- Realizar sessões de audição e/ou outros eventos nos quais as pessoas possam saber mais sobre seu trabalho
Muitos negócios de notícias complementam sua aquisição orgânica com a aquisição paga, que pode incluir:
- Impulsionar posts nas mídias sociais
- Promover seu conteúdo ou site nos resultados dos mecanismos de busca
- Comprar publicidade em outros canais digitais e impressos para promover sua marca
- Adquirir listas de e-mails ou outras informações de contatos
Sarah Noeckel lançou a Femstreet em 2017 como um projeto pessoal. Dois anos mais tarde, a Femstreet havia ganhado mais de 5.000 assinantes para sua newsletter, realizado dez eventos em todo o mundo e anunciado planos para lançar um programa de afiliação para seus maiores fãs.
Adquirir novos usuários é um primeiro passo importante na criação de um funil de audiência, mas o objetivo maior é fazer com que esses novos usuários criem o hábito de usar seus produtos e se tornem leais ao seu negócio.
Novas startups usam várias estratégias para gerar fidelidade entre os usuários. Confira três formas simples de começar:
- Publique conteúdo em um ritmo consistente. Para veículos de notícias grandes e estabelecidos, publicar consistentemente geralmente significa publicar continuamente — ou, em outras palavras, sete dias por semana durante todas as horas do dia. Porém, isso não é possível para startups de notícias com equipes enxutas. Em vez disso, seu objetivo deve ser publicar de forma suficientemente frequente e confiável a ponto de seus usuários (a) obterem o que precisam e (b) serem capazes de criar um hábito em torno do seu conteúdo, seja ouvindo seu podcast uma vez por semana ou lendo sua newsletter uma vez por dia.
- Torne seu conteúdo diferenciado. A voz, o tom e o estilo da sua publicação podem ajudar você a se destacar em um ambiente de mídia sobrecarregado, e acertar esses elementos é parte importante da criação de uma marca com conexão com os usuários. Mas você não deve perder de vista o desafio principal do seu negócio, já debatido no capítulo 2: entender as necessidades da sua audiência e solucioná-las de uma forma melhor que qualquer um de seus concorrentes. Se os usuários perceberem no seu conteúdo um valor que não encontram em nenhum outro lugar, ficarão mais propensos a se tornar usuários leais que retornarão repetidas vezes.
- Colete endereços de e-mail e outros dados dos seus usuários. Conseguir que as pessoas compartilhem seus endereços de e-mail não é apenas um sinal promissor de que elas confiam em sua organização, mas um passo importante para prender a atenção e conquistar a lealdade delas. Um endereço de e-mail permite que você se comunique diretamente com seus usuários com o consentimento deles e, se você publica uma newsletter por e-mail, esta pode ser uma das formas mais eficazes de garantir que elas visualizem e interajam periodicamente com seu conteúdo.
Para vender mais assinaturas digitais, o The Daily Memphian se concentrou em ampliar o funil de audiência, fazendo com que mais pessoas se cadastrassem para uma newsletter gratuita por e-mail.
O último passo na maioria dos funis de audiência é fazer com que seus usuários leais paguem por algo — seja um ticket de evento, filiação, assinatura ou camiseta.
Para uma análise detalhada desse passo importante, confira o Playbook de Monetização de Audiência da Google News Initiative e o Guia de Associado do Membership Puzzle Project — ambos incluem ótimas orientações e recursos para ajudar a converter usuários leais em clientes pagantes.
2. Crie um funil de vendas para gerar receita a partir de clientes externos
Caso seu funil de audiência obtenha sucesso em atrair e reter usuários leais, seu negócio também poderá monetizar essa lealdade de maneira indireta ao:
- vender anúncios para ser exibidos juntamente com o conteúdo que você distribui aos seus usuários.
- solicitar subsídios ou grandes doações para apoiar o trabalho que você faz para seus usuários.
- divulgar sua experiência para outros negócios que desejam alcançar, engajar e servir seus próprios usuários com a mesma eficácia que você faz.
Em todos esses cenários, criar uma audiência de usuários leais é um passo necessário, mas insuficiente por si só.
Para gerar uma receita relevante, você também deverá identificar e contatar alvos de vendas, confirmar que eles são bons prospects para seu produto ou serviço, criar uma proposta e, então, fechar negócio. E é por isso que você precisa de um funil de vendas.
Entender seu funil de vendas o ajudará a monitorar quantos clientes em potencial você possui em cada etapa da jornada, bem como avaliar seu êxito em levar os potenciais clientes de uma etapa para a próxima — o que é essencial para tomar decisões de negócios inteligentes.
Por exemplo, se você contatar 500 alvos de vendas e somente receber resposta de um deles, esse é um sinal de que é preciso repensar a forma como você está identificando potenciais clientes e efetuando sua abordagem.
Por outro lado, se você está recebendo um alto nível de interesse preliminar, mas enfrenta dificuldades para fechar negócios, talvez seja preciso focar em aprimorar o desenvolvimento da sua proposta e apresentar um argumento de venda mais sólido aos seus clientes em potencial.
Por fim, o objetivo deve ser tornar seu funil de vendas tão consistente e confiável a ponto de você conseguir prever quantos negócios fechará a cada mês (e o quanto irá faturar aproximadamente) simplesmente sabendo quantos clientes potenciais irá identificar e contatar.
No entanto, você não chegará a esse ponto sem criar um processo robusto para rastrear seu funil de vendas e analisar os dados periodicamente, motivo pelo qual talvez deva considerar pagar uma ferramenta de pipeline de vendas para automatizar esse trabalho e processar os números para você.
Como criar um orçamento para seu negócio?
Falamos principalmente sobre receita neste capítulo, mas agora é hora de trazer a outra metade da equação — despesas — e começar a preparar um orçamento.
Um orçamento simplesmente consiste em um plano para obter e usar recursos de modo a cumprir seus objetivos de negócios.
Você precisará revisar seu orçamento à medida que as expectativas de receita mudarem e os objetivos evoluírem, mas confira algumas dicas para criar seu primeiro plano.
1. Pense em suas despesas como investimentos.
A menos que inaugure seu negócio com uma campanha de financiamento coletivo ou com um grande subsídio, você provavelmente não irá gerar muita receita no primeiro dia.
Se esse for o caso, seu objetivo deve ser investir de maneiras que gere dinheiro para seu negócio no futuro. Por exemplo:
- Contratar um repórter ajudaria seu negócio a criar mais conteúdo, o qual você poderia usar para vender mais publicidade ou fortalecer suas ofertas de filiação ou assinatura.
- Comprar anúncios em redes sociais ou mecanismos de busca ajudaria você a alcançar novos usuários e expandir sua audiência, necessária em praticamente qualquer modelo de negócios.
- Pagar por um serviço de e-mail o ajudaria a lançar uma newsletter, que você poderia usar para gerar lealdade entre usuários e fortalecer seu funil de audiência.
- Adquirir uma câmera o ajudaria a tirar fotos mais profissionais que você poderia transformar em uma fonte de receita como serviço de fotografia para contratação.
- Contratar um contador e/ou assistente de escritório eliminaria suas tarefas administrativas que levam tempo, o que poderia permitir passar mais tempo construindo relacionamentos de negócios e buscando financiamento.
Não importa como escolha gastar seus primeiros reais, você deve ter um plano que detalhe como essas despesas irão gerar receita — e que informe como você avaliará se o plano está funcionando ou não.
Matt Kizer torna públicas as despesas do WTF Just Happened Today, para que os assinantes saibam como seu dinheiro está sendo usado.
2. Seja realista com sua receita.
As projeções de receita que você realiza em seu orçamento devem ser baseadas em evidências e dados, e não em desejos.
Porém, fazer isso é mais fácil na teoria do que na prática, caso você esteja lançando um novo negócio sem muitas evidências ou dados para fundamentar suas decisões.
Se esse for o caso, considere elaborar duas versões do seu orçamento — uma para o pior cenário, e outra para o melhor. Isso ajudará você a priorizar seus gastos e planejar os investimentos que deseja fazer primeiro, caso a receita supere as expectativas.
3. Controle seu dinheiro em caixa
Não é possível lançar uma startup sem que haja pelo menos alguma quantia no banco, seja ela proveniente de investidores, subsídios ou de suas próprias economias. E o objetivo do seu orçamento não é apenas ajudar a investir com inteligência, mas também controlar o valor restante.
Uma planilha de fluxo de caixa como esta pode ajudar a fazer previsões sobre os valores que entrarão e sairão da sua conta bancária todo mês ou semana. E então, controlar os números concretos ao longo do tempo.
No jargão de negócios, a “burn rate” da sua empresa é o ritmo no qual você está gastando dinheiro em caixa, e sua “runway” consiste no número de meses em que você pode operar com essa "burn rate" antes de ficar sem dinheiro.
Esses números são sinais essenciais para seu negócio. Por isso, é importante que seu orçamento preveja como eles mudarão a cada mês — e, então, controle os resultados efetivos.
Defina os fatores de sucesso para seu negócio
Que torna um negócio de notícias sustentável?
Muitos empreendedores de notícias pensam que a resposta óbvia para essa pergunta é dinheiro. Porém, somente o dinheiro não torna um negócio sustentável.
A hipótese desenvolvida como parte do Laboratório de Startups GNI é a de que a sustentabilidade de um negócio de notícias deve ser pensada em três linhas: saúde financeira, resiliência operacional e impacto jornalístico.
Embora a saúde financeira seja a base da sustentabilidade, ela não garantirá a longevidade de um negócio de notícias. Por exemplo, se você e seus colegas ficarem esgotados por trabalhar sem parar, você não conseguirá reter a equipe que está gerando dinheiro. E se não tiver evidências do impacto do seu jornalismo sobre a comunidade, você talvez não consiga fazer com que financiadores ou membros renovem seu apoio financeiro.
Seu negócio será financeiramente saudável se você desenvolver fontes de receita confiáveis que excedam suas despesas operacionais mínimas.
Seu negócio será jornalisticamente impactante se você garantir que seu jornalismo cumpre sua missão para as comunidades às quais pretende servir.
E seu negócio será operacionalmente resiliente se você criar uma cultura de empresa, um plano de remuneração e fluxos de trabalho e sistemas que o ajudem a reter funcionários talentosos realizados profissionalmente, assim como você.
Observação: essas métricas de sustentabilidade para negócios de notícias não são campos que você deva preencher. Elas são referências em prol das quais você deve trabalhar. E, no restante deste capítulo, vamos falar sobre como você pode começar a mensurar seu progresso.
Quais métricas financeiras você deve monitorar?
Para se tornar financeiramente saudável, seu negócio precisa consistentemente gerar uma receita mensal superior às suas despesas.
Esse marco pode parecer estar a meses ou anos de distância neste momento — no entanto, os componentes essenciais do sucesso financeiro podem já existir. E saber como mensurá-los ajudará a demonstrar o potencial de receita do seu negócio para investidores, membros do conselho e outras partes interessadas.
Custo de aquisição de usuários: quanto custa fazer com que um novo usuário visite seu site ou inscreva-se para um produto grátis, como uma newsletter.
Custo de aquisição de clientes: quanto custa fazer com que um novo cliente adquira uma assinatura, filiação, pacote de publicidade ou outro produto pago.
Taxa de conversão: a porcentagem de seus usuários únicos que passam de uma etapa do funil de audiência para a próxima (ex.: usuários que se tornam assinantes).
Churn rate: a porcentagem de seus clientes que cancelam suas filiações ou assinaturas (ou interrompem seus relacionamentos pagos) por mês.
Média de receita por usuário: a quantia média de receita direta (a partir de filiações, assinaturas, etc.) e indireta (a partir de subsídios, publicidade, patrocínios, etc.) que você é capaz de obter a partir de cada usuário.
valor vitalício do cliente: a receita que você espera obter a partir de cada cliente, em média, durante todo o período de relacionamento deles com você.
Contas a pagar: quanto você deve a outros negócios — ou, em outras palavras, o quanto de despesa foi incorrido, mas não pago.
Contas a receber: quanto os clientes devem a você — ou, em outras palavras, quanto de receita foi obtido, mas não pago.
Não é difícil encontrar fórmulas e calculadoras para essas métricas financeiras online, mas a maioria delas não é específica para negócios de notícias.
É por isso que recomendamos solicitar um convite para o grupo da Comunidade de Empreendedores de Notícias no Slack (em inglês) ou se juntar a outra rede profissional na qual você possa se conectar com pessoas que já fizeram esse trabalho antes.
Essas redes oferecem um alto nível de experiência e conhecimento sobre a indústria, e são um ótimo suporte para quem quer aprender a calcular métricas como essas no contexto do seu modelo de negócios.
Quais métricas jornalísticas você deve monitorar?
Se você é igual à maioria dos jornalistas, não entrou nesta indústria em busca de fama e fortuna.
Você também quer fazer a diferença no mundo, seja expondo corrupção, inspirando ações ou ajudando pessoas a se conectar com suas comunidades.
Por fim, demonstrar esses tipos de impactos será fundamental para justificar seus esforços a potenciais investidores, funcionários, parceiros, usuários, clientes e a você mesmo.Portanto, veja a seguir como procurar e mensurar algumas das formas mais comuns pelas quais os negócios de notícias podem fazer a diferença.
1. Você está fazendo a diferença na vida das pessoas?
Caso seu jornalismo ajude alguém a descobrir um novo restaurante, aderir a um movimento social, fazer um novo amigo ou votar de forma mais embasada, isso é impacto.
A parte difícil é descobrir quando esses impactos individuais acontecem.
Para capturá-los o máximo possível, use uma planilha, canal do Slack ou ferramenta de código aberto como esta do Center for Investigative Reporting para registrar os impactos anedóticos que os usuários compartilham com você via e-mail, mídias sociais ou em conversas presenciais durante eventos.
Em seguida, complemente esses dados conduzindo uma pesquisa trimestral ou anual com usuários e perguntando diretamente às pessoas se e como seu trabalho proporcionou valor na vida delas.
2. Você está fazendo a diferença em sua comunidade?
Seu jornalismo não precisa necessariamente causar uma grande mudança estrutural para impactar sua comunidade.
De fato, muitos dos impactos causados nas comunidades pelos negócios de notícias são muito mais sutis: um calendário de tarefas que gera um público maior em um evento; uma avaliação de restaurante que torna a hora do almoço mais ocupada; um fórum de candidatos que produz uma participação cívica mais ampla.
Você poderá descobrir que esses impactos são difíceis de mensurar diretamente, mas há maneiras de agrupá-los indiretamente.
Por exemplo, se você falar sobre uma campanha local do Kickstarter ou GoFundMe e, então, notar que as doações subiram muito nas 24 horas seguintes, há uma boa chance de que haja sua participação nisso, e você deve se sentir livre para registrá-lo como um impacto em sua planilha ou outro rastreador de impacto.
3. Você está fazendo diferença no jornalismo?
Mesmo que seu jornalismo não mude o mundo por conta própria, ele poderá inspirar outras organizações de notícias a incrementarem seu trabalho e se aprofundarem ainda mais no mesmo tópico, o que é um sinal de que você está impactando a profissão de forma mais geral.
Outro sinal: prêmios de jornalismo. Eles provavelmente recebem uma atenção muito grande em nossa indústria, mas, mesmo assim, ganhar um prêmio por um serviço público, inovação de mídia ou qualquer outra realização é uma validação importante da sua abordagem do jornalismo, e vale a pena registrá-lo em seu rastreador de impacto, juntamente com todo o restante.
Quais métricas operacionais você deve monitorar?
A terceira métrica de um negócio sustentável é aquela que mais costuma ser ignorada: a resiliência operacional.
Ou, em outras palavras, as pessoas que tornam possível seu sucesso jornalístico e financeiro (incluindo você) serão capazes de fazê-lo durante muitos meses e anos à frente? Ou elas correm o risco de ficar sobrecarregadas por conta de longas horas, baixos salários ou, ainda mais preocupante, um ambiente de trabalho tóxico?
Esteja você iniciando uma equipe com uma ou dez pessoas, pense nestas quatro perguntas e nas métricas que utilizará para respondê-las em prol do seu negócio.
1. Você está cuidando de si mesmo como fundador?
Para que seu negócio seja bem-sucedido, o primeiro funcionário de quem você deve cuidar é você mesmo — e isso significa priorizar as seguintes métricas de saúde pessoal como quaisquer outras:
O quanto você está trabalhando: pular as férias ou trabalhar nos finais de semana pode contribuir para a fadiga, burnout e falta de produtividade durante a semana de trabalho, além de não ser uma solução sustentável. Em vez disso, seja realista quanto à sua carga de trabalho, defina uma expectativa para si mesmo (e para sua audiência) de que você irá tirar folgas, e não adote precocemente o hábito de contornar suas regras.
O quanto você está ganhando: se você não consegue pagar um salário para si mesmo imediatamente, deve pelo menos estabelecer um período no qual trabalhará em seu negócio gratuitamente. Caso contrário, você poderá acabar subsidiando seu negócio por mais tempo do que é possível, e talvez afugente investidores em potencial que preferem investir em um negócio capaz de se sustentar por conta própria.
Que nível de apoio você está recebendo: lançar uma startup pode ser uma jornada solitária, mas não precisa ser assim. Ao procurar outros empreendedores que estão da mesma forma apenas começando suas jornadas de negócios, irá assegurar um grupo de apoio com o qual poderá aprender, crescer, fracassar, adaptar-se e solidarizar-se.
A equipe do MLK50 fez uma pausa de verão em 2019 — e fez desse momento uma oportunidade para republicar alguns de seus melhores trabalhos.
2. Você é capaz de atrair funcionários talentosos?
Pense nos seus empregos anteriores — por que aceitou outras ofertas? Por que decidiu abrir mão deles, por fim? Aqui estão alguns exemplos de métricas para considerar ao analisar se você é capaz de atrair e reter bons funcionários:
Processo de contratação: você tem um processo de contratação padronizado que inclua contatar candidatos com experiências diversas, comunicar seus valores através do processo de entrevista e garantir que os candidatos tenham tempo de fazer perguntas?
Remuneração: a remuneração do cargo (incluindo benefícios) é competitiva quando comparada com outros cargos similares na indústria e/ou em sua região?
Inclusão: seu negócio tem uma cultura de inclusão? Em outras palavras, um novo colega tem probabilidade de se sentir acolhido e incluído assim como os demais integrantes da sua equipe?
Clareza sobre a função: cada integrante da sua equipe tem uma noção clara sobre sua função e responsabilidades, bem como sobre as funções e responsabilidades dos colegas? E eles estão satisfeitos com seus trabalhos e com o negócio em geral? Você os está preparando para o sucesso?
Esgotamento: algum dos seus funcionários está esgotado? Existem processos e sistemas em vigor para garantir que todos os funcionários tenham uma carga de trabalho razoável (incluindo você como fundador)?
3. Você tem um plano e um processo para expandir sua equipe ao longo do tempo?
Possuir uma visão estratégica para daqui a um, cinco ou dez anos pode parecer prematuro para um negócio que acabou de começar, mas é essencial para que, pelo menos, haja um processo de reflexão sobre seu crescimento potencial e hipóteses sólidas para testar. Confira algumas métricas para considerar:
Organograma: como é seu organograma atual em comparação com aquele de daqui a três anos? Você sabe quem pode ser seu próximo contratado, ou os próximos três, e como essas funções afetariam sua saúde financeira e seu impacto jornalístico?
Priorização de funções: você sabe quais funções são mais essenciais à sua missão e também ao seu negócio? Se fosse preciso cortar um cargo imediatamente, qual seria — e por quê?
4. Seu negócio de notícias poderia sobreviver sem você?
Essa pode parecer uma pergunta estranha para fazer a si mesmo enquanto recém-fundador, visto que você está investindo grande parte do seu tempo e energia nesse trabalho. Porém, caso queira criar um negócio que não dependa para sempre do seu envolvimento no dia a dia, você deverá pensar antecipadamente sobre estes tipos de métricas:
Documentação: tudo está armazenado na sua mente, ou você anotou tudo para que qualquer outra pessoa em seu negócio saiba como fazer o trabalho?
Identificando outros líderes em potencial: há alguém em sua organização— um cofundador ou outro líder sênior, por exemplo — que você pode começar a preparar para assumir seu cargo?
Fortalecendo outras estruturas: se você tem uma organização sem fins lucrativos que conta com uma diretoria, ou uma empresa com fins lucrativos que possui conselheiros, já conversou com eles sobre como eventualmente poderá fazer a transição de saída, e como eles podem ajudar?
Próximos passos para lançar seu negócio
Se você chegou até aqui, respondeu a algumas questões essenciais sobre sua ideia de negócio. Seguir esses passos deverá aumentar suas chances de sucesso — mas ainda há trabalho a ser feito.
Para lançar um negócio de notícias sustentável, você deverá refinar seu produto, expandir e engajar sua audiência, identificar suas fontes iniciais de financiamento e receita e estabelecer suas operações.
Esses são enormes desafios para qualquer empreendedor de notícias. Se você ainda não o fez neste ponto da sua jornada de negócios, recomendamos conectar-se com uma organização profissional em sua região e aproveitar seus programas de treinamento, oportunidades de mentoria e outros recursos para fundadores.
Você também pode se inscrever em programas de treinamento de empreendedores como este aqui da GNI e LION Publishers.
O sistema de apoio que você criará para si e para sua empresa será fundamental para seu sucesso — portanto, não pule essa etapa. Encontre um mentor e um consultor de negócios. Conecte-se com outros empreendedores em sua comunidade. Aprenda tudo o que puder com as pessoas que já passaram por essa experiência antes.
A cofundadora do Santa Cruz Local Kara Meyberg Guzman fala nesta entrevista sobre como lançar uma startup de notícias, bem como quais conselhos ela daria para outros empreendedores de primeira viagem. Alerta de spoiler: encontrar ótimos consultores é uma das principais dicas dela.
Enquanto isso, reunimos alguns dos melhores recursos disponíveis para ajudar você a dar os próximos passos para o lançamento do seu negócio — e adoraríamos seu auxílio para tornar os Guias a seguir ainda melhores.
Após revisar os Guias, informe-nos quais recursos ou ferramentas adicionais seriam úteis enquanto você lança sua startup. Vamos atualizar este playbook periodicamente, e seus insights nos ajudarão a torná-lo ainda mais útil — tanto para você quanto para futuros empreendedores.
Aprofunde-se em seu produto
Um produto de notícias é mais do que a soma do conteúdo que você publica.
Para desenvolver um produto que as pessoas apreciem, você também precisará de uma suíte de ferramentas tecnológicas e plataformas que facilitem a descoberta, a veiculação, o consumo e o compartilhamento do seu conteúdo. Coletivamente, essa tecnologia é conhecida como sua “pilha tecnológica”.
Neste Guia Básico, vamos compartilhar dicas para ajudar a refinar esses aspectos da sua estratégia de produto — conteúdo e pilha tecnológica —, além de outros recursos de startups de notícias digitais que também lidaram com essas questões.
Qual deve ser o foco da sua estratégia de conteúdo?
Mesmo que seu objetivo final seja criar uma organização de notícias que cubra tantas questões e histórias quanto um jornal tradicional, você provavelmente não terá os recursos necessários para fazer imediatamente tudo o que deseja.
Como um empreendedor com tempo e financiamento limitados, você precisará escolher um foco editorial e estabelecer prioridades. Confira três dicas para ajudar:
Dica: reexamine os trabalhos a realizar da sua audiência.
Os jornalistas geralmente são treinados para pensar em servir ao público, mas, como empreendedor, seu objetivo não é servir ao público como um todo. Seu objetivo é servir a um pequeno subgrupo do público (seu público-alvo), e o sucesso do seu negócio dependerá do quão bem você atende às necessidades desse público-alvo e soluciona os problemas dele. No capítulo 2, discutimos como identificar essas necessidades e problemas usando uma estrutura de trabalhos a realizar (JTBD). Este é um ótimo momento para reexaminar esses JTBDs e fazer uso deles para ajudá-lo a estabelecer prioridades.
A startup de notícias locais WhereBy.Us usou uma estrutura de trabalhos a realizar para tornar suas newsletters diárias mais úteis à sua audiência.
Dica: segmente seu público-alvo por região.
Dependendo dos seus recursos, você talvez precise priorizar algumas partes do seu público-alvo em detrimento de outras. A região geográfica é uma forma de fazer isso. Por exemplo, você pode não ter os recursos para ser uma fonte de notícias investigativas para um Estado inteiro, mas é capaz de começar com uma única cidade? Reduzir o escopo da sua cobertura de notícias significa que você atenderá a um número menor de pessoas. Porém, se isso permitir que você atenda melhor às necessidades dessas pessoas, essa troca provavelmente vale a pena.
A PublicSource foi lançada como uma organização sem fins lucrativos que cobria todo o estado da Pensilvânia, mas mudou seu foco para a cidade de Pittsburgh.
Dica: considere os “unit economics'' do seu conteúdo.
Em outras palavras, quanto custa para produzir os diferentes tipos de conteúdo em relação à receita que eles podem gerar? Isso nem sempre é fácil de descobrir para um negócio de notícias iniciante, mas fazer algumas contas básicas pode ser um exercício importante. Por exemplo, digamos que você queira lançar uma newsletter semanal e um podcast semanal, mas só tem os recursos para fazer um deles imediatamente. Para estabelecer prioridades, você pode perguntar: Quanto custará — na forma de tempo e dinheiro — produzir cada newsletter? Quanto custará adquirir os primeiros 1.000 usuários? E, assim que você adquirir esses 1.000 usuários, quanto de receita cada newsletter pode gerar por meio de publicidade, filiações ou outra fonte de receita? Então, responda às mesmas perguntas em relação a um podcast, e veja se os “unit economics'' são mais favoráveis.
Os “unit economics'' para um negócio de notícias são mais complexos do que para uma cafeteria. Porém, os princípios são os mesmos, e entendê-los pode ajudar os empreendedores de notícias (e os jornalistas que trabalham para eles) a priorizar melhor seus trabalhos.
De quais ferramentas tecnológicas e plataformas precisarei para lançar meu negócio?
A “pilha tecnológica” para um negócio de notícias geralmente inclui um web host, um sistema de gerenciamento de conteúdo (CMS), uma plataforma de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM), um cliente de e-mail, uma ferramenta de gerenciamento de projetos e um sistema de ponto de venda —
.A organização de tudo requer muitas pesquisas e a tomada de várias decisões importantes. É por isso que descobrir sua pilha tecnológica inicial deve ser uma de suas primeiras prioridades à medida que você se prepara para lançar um negócio.
Dica: reexamine seu funil de audiência e o funil de vendas para identificar suas necessidades.
Uma forma de descobrir quais soluções tecnológicas são necessárias é considerar quais problemas você precisa resolver para começar a gerar receita. Como as pessoas vão descobrir e interagir com seu conteúdo? O que as fará se inscrever em uma newsletter? Ou criar uma conta e adquirir uma assinatura? Ao fazer essas perguntas sobre seu funil de audiência e, em seguida, a respeito do seu funil de vendas, você poderá começar a identificar quais soluções tecnológicas seu negócio precisará, e quais são dispensáveis.
A Public Media Stack criou um sistema de pontuação para avaliar diferentes soluções tecnológicas e apresentar prós e contras para cada uma delas. O guia foi desenvolvido para organizações de mídia pública, mas a maior parte de seu material é relevante para negócios de notícias de todos os tipos.
A SembraMedia criou um registro das ferramentas de filiação, plataformas de pagamento e sistemas de gerenciamento de conteúdo populares. [Espanhol]
Dica: considere quem e o que pagam as contas.
Se a publicidade é sua principal fonte de receita, sua pilha tecnológica deverá priorizar a exibição de anúncios digitais para sua audiência. Por outro lado, um negócio de notícias focado em assinaturas ou filiações deverá priorizar a criação de chamadas para ação (CTAs) claras e óbvias para que seus usuários façam doações ou se tornem afiliados a suas plataformas.
Negócios de notícias que vendem publicidade também podem vender assinaturas ou filiações, mas fazer com que sua pilha tecnológica atenda às necessidades de ambos os grupos de clientes costuma ser um ato de equilíbrio complexo.
Dica: compare os custos de criação e aquisição.
A maioria das startups não têm o orçamento necessário para criar partes personalizadas de suas pilhas tecnológicas por conta própria (em oposição a pagar por soluções prontas para uso). Mesmo que tenha a opção de criar, em vez de adquirir, você deve considerar os custos ocultos. Quanto tempo será preciso para encontrar um fornecedor ou contratar um funcionário com a experiência necessária? Como você manterá as ferramentas criadas por ele? Essas ferramentas serão compatíveis com as outras plataformas que você está usando? Por fim, pode ser melhor conformar-se com uma solução tecnológica existente que não inclua todos os seus recursos desejados, em vez de pagar para criar algo que você poderá ser forçado a substituir futuramente. Às vezes, vale a pena aplicar a lógica do produto viável mínimo à sua pilha tecnológica e investir no mínimo que você precisa testar para descobrir quais são suas necessidades de longo prazo e fundamentar as decisões de tecnologia adequadas no futuro.
O editor norueguês Aller Media é suficientemente grande para incluir um diretor de tecnologia na equipe, mas ainda adquire mais soluções tecnológicas do que as desenvolve.
O Tiny News Collective está montando uma suíte de ferramentas tecnológicas e plataformas e preparando-se para torná-las disponíveis a startups de notícias locais independentes nos Estados Unidos por uma pequena tarifa.
Amplie e engaje sua audiência
Por mais tentador que seja concentrar todo o seu tempo e atenção em tornar seu produto perfeito, um negócio de notícias só terá sucesso se estiver igualmente comprometido em apresentar esse produto a novos usuários o mais rápido possível.
No capítulo 5, apresentamos os fundamentos da aquisição de usuários orgânica e paga — da otimização de mecanismos de busca aos anúncios em mídias sociais.
Neste guia básico, vamos compartilhar dicas e recursos para ajudar você a implementar essas táticas e dar o próximo passo rumo à criação de uma audiência leal.
Como criar uma marca para seu negócio?
Uma marca não é apenas um nome e um logotipo. Ela é uma história que conta por que sua empresa existe, para quem ela serve, quais são seus valores e o que a faz se destacar da concorrência.
Essa história de marca será essencial para seus esforços de atrair e reter novos usuários. Por isso, aqui vão alguns conselhos.
Dica: adote o pensamento não linear e o design centrado no ser humano.
Se você se trancar em um quarto e tentar inventar sua marca do zero, poderá ficar sem inspiração. Em vez disso, tente usar técnicas de design centrado no ser humano para se inspirar. Procure por temas comuns a partir de suas entrevistas com usuários. Use notas adesivas para registrar palavras e ideias com as quais você se identifica. Crie uma colagem de fotos da sua comunidade e busque por cores para inspirar a paleta de cores da sua marca. E mantenha um bloco de notas próximo à cama, caso suas melhores ideias surjam no meio da noite.
Estes exercícios de design centrado no ser humano podem ajudar a estimular sua criatividade enquanto você tenta criar um nome, logotipo, paleta de cores e uma história de marca para seu negócio.
Uma marca deve ser consistente para ser memorável. E para conquistar isso, comece pelo desenvolvimento de um guia de estilo.
Você não precisa mais de um software de design caro para desenvolver um logotipo profissional e outros ativos de marca. Se o design é algo natural para você, ferramentas online como o Canva podem ajudá-lo a criar suas próprias imagens — ou você pode conferir sites como Typewolf e Coolors para obter inspiração e, então, entregar sua visão a um profissional.
Dica: use uma linguagem que sejam acessíveis a todos que pretende servir.
Sua marca não apenas comunica para quem é seu negócio, mas também para quem ele não é. É importante garantir que você não esteja transmitindo a mensagem errada inadvertidamente. Por exemplo, se você usa abreviações como PLMDDS (pelo amor de Deus) e VDD (verdade), pode estar indicando que sua marca atende a uma audiência mais jovem e conectada, ao mesmo tempo que exclui as pessoas que não são fluentes na escrita rápida das mensagens de texto ou internet e não sabem o que essas abreviações significam.
Acessibilidade inclui tornar sua marca acessível a pessoas com deficiências visuais e outras incapacidades. Este post de Pablo Stanley no Medium fala sobre sete maneiras pelas quais você pode começar a fazer isso.
Dica: conte sua própria história de forma precoce e frequente.
Jornalistas são experientes em contar histórias de outras pessoas, mas, como empreendedor, você também precisa se sentir à vontade para contar sua própria história. Por que você criou este negócio? Qual problema está tentando solucionar? O que torna seu negócio diferente dos outros negócios de notícias em seu mercado? Assim que responder a essas perguntas para si mesmo, pense em como contar essa história à sua potencial audiência de forma precoce e frequente para ajudá-lo a se destacar e a conquistar a confiança dela.
Os cofundadores do De Correspondent Rob Wijnberg e Ernst-Jan Pfauth são especialistas em identificar falhas nos noticiários mainstream e, então, idealizar soluções para elas. Este post do Medium é um das dezenas que eles escreveram para explicar como se diferenciam da concorrência, além de ser um ótimo exemplo de como marcas fortes são muito mais do que um nome e um logotipo.
O site venezuelano de notícias Efecto Cocuyo produziu um vídeo de dois minutos que explica sua missão e incentiva os espectadores a se tornarem contribuintes.
Como você usa o marketing boca a boca para expandir sua audiência?
A forma mais econômica de expandir uma audiência é fazer com que os pioneiros na adoção, parceiros de negócios e outros embaixadores na comunidade usem suas próprias plataformas para promover seu trabalho e incentivar suas redes de contatos a conferi-lo.
Essa promoção pode ocorrer organicamente, mas normalmente será preciso algum planejamento e incentivo de sua parte para transformar o marketing boca a boca em uma estratégia de crescimento relevante.
Dica: estabeleça um programa de indicação para desafiar e recompensar seus embaixadores.
Para seus maiores fãs, o prestígio de se tornar um “embaixador oficial” pode ser toda a motivação de que precisam para começar a compartilhar um link ou código de indicação com amigos, familiares e colegas. Porém, você também pode oferecer incentivos para melhorar a recompensa. Por exemplo, 10 indicações talvez façam alguém ganhar uma menção em sua newsletter; 50 indicações garantam um adesivo como prêmio; e 100 indicações se transformem em uma filiação anual gratuita. Esses prêmios não custam quase nada para seu negócio, mas podem fazer toda a diferença para ajudar seu programa de embaixadores a ganhar impulso.
Girls’ Night In, The Hustle e estas outras cinco newslettersincluem programas de indicação integrados que as ajudam a alcançar novos usuários e expandir suas audiências.
Dica: faça parcerias com organizações de missão compatível que já estejam interagindo com seu público-alvo.
Muitas vezes, é difícil estabelecer parcerias de crescimento quando você está começando e tem pouco valor promocional a oferecer. Mas, à medida que ganha tração, você pode descobrir que organizações sem fins lucrativos, grupos de bairro, associações de ex-alunos e outras organizações locais querem se conectar com sua audiência, e vice-versa. Em alguns casos, pode ser valioso para seu negócio concentrar-se na venda de publicidade para essas organizações. Porém, se essa não for uma opção, considere se uma troca de promoções gratuitas pode ajudar ambos os negócios a expandir suas audiências de uma forma que seja mutuamente benéfica.
O The New Tropic usa parcerias não pagas para expandir a lista de e-mails de sua newsletter, e oferece transparência aos usuários e parceiros em potencial através da descrição de suas diretrizes de parcerias diretamente em seu site.
Dica: busque oportunidades de chamar atenção.
Uma única história viral não vai definir o futuro do seu negócio — mas pode ajudar a obter a tração inicial necessária para começar a expandir sua audiência e conquistar indicações orgânicas. Por exemplo, os fundadores do The 19th* usaram suas conexões pessoais para agendar conversas com a duquesa real britânica Meghan Markle e com a então candidata à vice-presidência dos EUA Kamala Harris um mês após o lançamento, e foram recompensados com cobertura de mídia orgânica na Vogue e em outras publicações nacionais dos Estados Unidos.
Nem todos podemos conseguir entrevistas com Meghan Markle e Kamala Harris, mas até mesmo entrevistar influenciadores de menos renome pode ajudar a estabelecer sua audiência alcançando os fãs deles.
Dica: use dados para decidir onde dobrar a aposta.
À medida que você testa abordagens diferentes para expandir sua audiência, certifique-se de que também esteja coletando dados sobre o que está funcionando ou não. Isso pode ser tão simples quanto criar uma planilha onde você monitora quanto tempo gasta em cada tática de crescimento e quantos novos usuários cada uma delas traz e, em seguida, calcula um custo médio de aquisição por usuário para cada abordagem.
A startup de notícias digitais WhereBy.Us usou um simples “rastreador de crescimento” para medir os resultados de seus experimentos de crescimento não pagos e decidir onde dobrar a aposta.
Quando você deve investir dinheiro em aquisição paga?
O momento ideal para começar a investir seriamente na aquisição paga é o momento exato em que o custo médio de aquisição de um novo usuário fica abaixo da receita média que você ganha a partir de cada usuário.
Obviamente, a parte difícil é saber quando esse momento chegou para seu negócio — e, então, descobrir o valor de que você precisa para expandir seu marketing pago. Aqui estão alguns conselhos para resolver esses dois problemas de uma só vez.
Dica: calcule o custo de aquisição de usuário experimentando com um orçamento pequeno.
Você não precisa de milhares (ou mesmo de centenas) de reais para começar a testar a aquisição paga em plataformas de mídias sociais ou mecanismos de busca. Por R$ 100 ou menos, você pode executar uma campanha paga, mensurar quantos usuários novos ela traz e, então, calcular o custo de aquisição de usuário dividindo o valor investido em reais pelo número de novos usuários. Assim que descobrir o custo de aquisição de base, você poderá aprimorar sua linguagem e táticas de marketing em experimentos futuros e trabalhar para reduzir esse custo ao longo do tempo.
O sucesso da sua campanha de aquisição paga dependerá em grande medida da qualidade de suas promoções pagas. Aqui estão cerca de 10 exemplos para fins de aprendizado.
Dica: estime o valor vitalício do cliente e outras métricas de receita importantes.
Para entender o lado da receita da equação, você precisa de uma forma de prever o valor vitalício médio que cada novo usuário trará para sua empresa. Isso nem sempre é fácil de se fazer, principalmente para uma startup sem anos de dados para analisar. Porém, você deve no mínimo fazer as perguntas e monitorar as métricas que introduzimos no capítulo 5: qual porcentagem do seu total de usuários se tornam usuários leais? Qual porcentagem desses usuários leais adquirem uma filiação, assinatura ou outro produto? Durante quanto tempo, em média, eles permanecem como membros ou assinantes? E assim por diante. O objetivo é entender aproximadamente que retorno você pode esperar de seu investimento em aquisições pagas, não apenas para fundamentar sua estratégia de marketing pago, mas também para ajudá-lo a defender para os investidores a ideia de que os investimentos deles resultarão em lucros.
O Spiegel Research Center, na Northwest University, está estudando como os negócios de notícias podem melhorar seu valor vitalício do cliente ao reter uma porcentagem maior de seus assinantes ano a ano.
O Guia de Associado do Membership Puzzle Project fornece uma fórmula simples para calcular o valor vitalício do cliente para membros ou assinantes.
Que tipo de relacionamento você deve manter com sua audiência?
Conforme novos usuários se juntam à sua audiência, você precisará de um plano para construir um relacionamento com eles e conquistar sua lealdade ao longo do tempo. A pergunta é: o que “lealdade” significa para sua organização, e que tipo de resultados comerciais você precisa que ela produza?
Você está tentando fazer com que dezenas de milhares de usuários passem mais tempo interagindo com seu conteúdo, por exemplo, para que vejam mais publicidade?
Ou você está tentando fazer com que algumas centenas de pioneiros na adoção sintam uma conexão tão forte e pessoal com sua missão a ponto de se tornarem seus primeiros membros pagantes?
Os desafios de negócios que você está tentando resolver moldarão suas maneiras de se conectar e interagir com sua audiência, e manter esses desafios de negócios em foco pode ajudá-lo a priorizar seu tempo e recursos.
Dica: defina o que é “engajamento” para sua organização.
“Engajamento da audiência” se tornou um chavão no meio das mídias digitais, mas não existe um significado único. Para alguns negócios de notícias, engajamento é a ciência de fazer com que os usuários cliquem em mais links e consumam mais conteúdo. Para outros, engajamento é a arte de gerar confiança e construir relacionamentos em uma escala individual. O que esse termo deve significar para seu negócio? Mais uma vez, verifique seu modelo de monetização. Se ganhar dinheiro depende da entrega de conteúdo a uma grande audiência, você deverá pensar no engajamento como parte de sua estratégia de distribuição digital. Porém, se isso depende de fazer com que um grupo menor de usuários leais contribua diretamente com seu negócio (adquirindo uma filiação ou participando de um evento, por exemplo), sua abordagem de engajamento pode se beneficiar de um toque mais pessoal.
O tipo de engajamento que faz sentido para seu negócio pode depender da forma como você responde a esta pergunta: Você está tentando expandir uma audiência? Ou está tentando construir uma comunidade?
O Trusting News Project identificou o ato de “interagir com usuários” — através da solicitação de feedback, crowdsourcing de informações, realização de eventos e outros — como uma das principais estratégias que os negócios de notícias podem usar para ganhar a confiança de suas comunidades.
Caso sua estratégia de engajamento social envolva muitas publicações em mídias sociais, ferramentas como dlvr.it e Sprout Social podem ajudar você a publicar e agendar posts para múltiplas plataformas ao mesmo tempo.
Dica: procure maneiras de administrar o relacionamento com sua audiência.
Seja qual tipo de relacionamento você esteja tentando construir com sua audiência ou comunidade, é importante desenvolver maneiras de interagir com esses usuários diretamente, sem plataformas como Facebook e Twitter atuando como intermediários. Isso não significa que você não possa usar o Facebook Groups e outras ferramentas de mídia social para interagir com sua audiência. (Você pode e deve.) Porém, você também deve ser proativo na coleta de endereços de e-mail e outras informações de contato que lhe permitam se comunicar diretamente com sua audiência — e que não sejam afetados por algoritmos de mídia social que não podem ser controlados.
A maioria dos negócios de notícias ainda depende das plataformas para alcançar e interagir com suas audiências, mas eles estão começando a recuperar o controle sobre a forma como esses relacionamentos são monetizados.
O Washington Post e outros negócios de notícias estão aprendendo a coletar e utilizar o tipo de dados de usuários que as plataformas de mídias sociais têm coletado há anos.
Encontre os recursos financeiros necessários para lançar e sustentar seu negócio
As menores startups de notícias conseguem ser lançadas com um orçamento apertado. As maiores começam com uma folha de pagamento anual de sete dígitos logo de cara.
Porém, seja qual for o orçamento, todos os negócios de notícias precisam de pelo menos alguma quantia para lançar e expandir suas operações. E também precisam encontrar essa quantia em algum lugar.
Neste Guia Básico, vamos compartilhar dicas e recursos para ajudar seu negócio com ambas as partes da equação financeira — levantar financiamento inicial e gerar receita recorrente —, bem como templates e exemplos de documentos para ajudá-lo a preparar seu pitch deck e seu orçamento.
Como você pode levantar fundos para lançar seu negócio?
De crowdfunding e investidores-anjos a subsídios de fundações, não faltam opções para arrecadar o dinheiro de que você precisa para lançar ou expandir um negócio de notícias.
No entanto, dependendo do seu modelo de negócio e da sua situação fiscal, de suas conexões pessoais e de seu histórico, bem como de onde vive no mundo, você pode não ter acesso a todas essas oportunidades — ou pode optar por abrir mão delas para evitar as contrapartidas de que costumam estar acompanhadas.
Observação: se você ainda não o fez, este é um ótimo momento para buscar orientação a partir de um mentor ou consultor de negócios que já passou por um processo exaustivo de arrecadação de fundos e conhece o ambiente de negócios em sua região. Enquanto isso, confira algumas dicas para pesar suas opções e garantir seus primeiros recursos financeiros.
Dica: decida se você é capaz de autofinanciar seu negócio e, em caso positivo, por quanto tempo.
Se você tiver recursos financeiros, investir seu próprio tempo e dinheiro para lançar seu negócio é uma boa maneira de começar rapidamente (porque você não vai perder tempo tentando vender seu produto para financiadores) e de manter a propriedade total sobre seu negócio (porque você não cederá participação acionária a investidores externos). O lado negativo é que o autofinanciamento é arriscado. Se o negócio fracassar, seu tempo e dinheiro serão perdidos, e você também não terá um salário com que contar. Por isso é importante definir critérios claros caso você escolha essa opção: quanto você está disposto a investir no negócio? Por quanto tempo está disposto a trabalhar de graça? E quais metas de receita precisa atingir para justificar a continuidade do seu negócio após a fase de lançamento inicial?
Quase 60% dos empreendedores autofinanciam seus negócios. Confira algumas orientações, caso você decida seguir os passos deles.
Dica: conheça suas outras opções para angariar fundos.
Além do autofinanciamento, as formas mais comuns pelas quais os negócios de notícias angariam fundos incluem campanhas de crowdfunding, subsídios de fundações, capital de investidores-anjos, capital de risco e investimentos de amigos e familiares. A variedade de opções pode parecer grande, mas você pode restringi-las estudando o pipeline de financiamento em sua região e identificando as oportunidades mais realistas para um negócio como o seu. E lembre-se: somente porque um tipo de financiamento não está disponível para você agora não significa que não estará no futuro, à medida que começar a expandir sua audiência e mostrar sinais de tração.
O mundo do financiamento de startups é repleto de jargões complexos. Aqui está um guia para ajudar a entender tudo.
O De Correspondent, na Holanda, o Krautreporter, na Alemanha, e o El Español, na Espanha, usaram campanhas de crowdfunding para lançar ou expandir seus negócios de notícias. Confira aqui algumas lições sobre o sucesso deles.
O pipeline de financiamento para startups de jornalismo não é nada perto do pipeline de financiamento para startups de tecnologia. Veja aqui porque isso pode ser um desafio para os empreendedores de notícias.
A pandemia de COVID-19 ressaltou a importância das notícias locais independentes e confiáveis — e levou algumas fundações dos EUA a considerar fazer mais para apoiá-las.
Dica: monte uma apresentação de slides e pratique seu argumento de venda.
Mesmo se apenas for contar sua ideia de negócio para amigos e familiares, você precisará criar uma breve apresentação que explique qual público será atendido, que problema(s) resolverá e como irá monetizar sua solução. Em seguida, você deverá praticar. Um bom argumento de venda deve ser claro e conciso — e pode ser preciso muita prática em frente ao espelho para fazer isso acontecer.
Estes modelos de pitch deck do Founder Institute incluem opções para argumentos de venda curtos e longos, bem como exemplos bons e ruins.
A base de um argumento de venda eficaz é um plano de negócios sólido e detalhado. Aqui está aquele que a Indianola Independent Advocate preparou em 2018.
Não importa a quem você esteja apresentando seu argumento de venda para obter financiamento, estas oito dicas da Poynter o ajudarão a fortalecer sua apresentação e seguir o caminho do sucesso.
Dica: procure oportunidades de bolsas e programas de aceleração.
Se você ainda não está pronto para apresentar sua ideia a financiadores, também pode se inscrever em bolsas ou programas de aceleração que oferecem treinamento e, às vezes, capital à medida que continua desenvolvendo e refinando sua ideia. Muitas dessas oportunidades não fornecerão financiamento suficiente para você lançar seu negócio, mas podem ajudar a financiar seus custos de pesquisa e desenvolvimento, bem como fornecer prazos e estrutura para mantê-lo avançando.
O Programa de Crescimento Digital da Google News Initiative foi desenvolvido com especialistas do setor e editores de notícias em todo o mundo para ajudar organizações de notícias de pequeno a médio portes a expandir seus negócios digitais por meio de uma variedade de playbooks gratuitos, exercícios interativos, workshops digitais e laboratórios.
O Sustainability Accelerator Project do Facebook Journalism Project fornece coaching e treinamento para startups de notícias nos Estados Unidos e em outros países.
A Craig Newmark Graduate School of Journalism da Universidade da Cidade de Nova York (CUNY) oferece um programa de certificação de 100 dias em empreendedorismo de notícias, geralmente com oportunidades de bolsas de estudos.
Esta lista de programas de aceleração de mídia e jornalismo em todo o mundo já tem três anos, mas ainda é o resumo mais abrangente (e em grande parte atual) de oportunidades globais.
Como você pode começar a gerar uma receita que seja consistente e confiável?
Por mais difícil que seja para os negócios de notícias começarem a gerar receita pela primeira vez, muitas vezes é ainda mais difícil obter receita recorrente — ou, em outras palavras, receita com a qual sua empresa possa contar todos os meses.
A receita recorrente é importante porque pode oferecer a confiança necessária para contratar funcionários e tomar outras decisões orçamentárias de longo prazo, e pode ajudá-lo a evitar os altos e baixos imprevisíveis decorrentes de vendas ou doações pontuais.
A realidade para os negócios de notícias é que parte da receita (proveniente de assinantes, membros, clientes de vendas, etc.) sempre será inconstante, mas aqui estão três dicas para garantir que o maior nível possível de receita seja consistente e confiável.
Dica: estabeleça renovações automáticas para filiações ou assinaturas.
Uma das maneiras mais simples de obter mais receita recorrente é permitir pagamentos recorrentes que são renovados automaticamente até que o cliente os cancele. Isso nem sempre é possível para alguns produtos —
—, mas a maioria dos fornecedores de pagamento permite que você configure assinaturas, filiações e contribuições na forma de pagamentos mensais ou anuais recorrentes. Definir isso como a opção padrão é uma maneira de incentivar seus usuários a apoiá-lo no longo prazo.O Guia de afiliação do Membership Puzzle Project inclui uma seção sobre retenção de sócios, incluindo dicas sobre como otimizar o processo de faturamento.
Pico, PressPatron, Memberful e outras plataformas são todas especializadas no gerenciamento de programas de filiação e assinatura. Veja como escolher a melhor opção para seu negócio.
Dica: Cultive seus relacionamentos com clientes corporativos.
Depois de trabalhar duro para estabelecer um relacionamento com o cliente e fechar seu primeiro acordo – como com um anunciante, patrocinador, fundação, etc. –, é essencial que você nutra esse relacionamento e tente convencer o cliente a trabalhar com você repetidamente. Isso começa por uma entrega além do esperado em seu primeiro projeto juntos, mas também deve incluir um toque pessoal. Envie notas de agradecimento. Apresente-o às pessoas da sua rede. Convide-o para jantar (em um mundo pós-pandemia). Esses detalhes importam, e ele pode ajudá-lo a conquistar clientes duradouros com os quais você pode contar para obter uma receita recorrente todo mês.
Estas 11 dicas para construir ótimas relações de negócios abrangem os princípios básicos de como transformar um cliente de primeira viagem em uma fonte confiável de receita recorrente.
Dica: entreviste seus clientes para saber porque eles estão pagando pelo seu produto.
Especialmente se estiver vendendo produtos de notícias agrupados, como inscrições ou assinaturas, nem sempre ficará claro porque as pessoas compram algo de você. É porque elas querem acesso a conteúdo exclusivo que está disponível apenas para assinantes? Porque se sentem culpadas por ler seu conteúdo gratuito sem pagar por isso? Ou porque querem ganhar a sacola de edição limitada? Analisar seus dados de usuário e métricas de engajamento pode fornecer algumas respostas a essas perguntas, mas conduzir investigações contínuas, como pesquisas, conversas individuais ou focus groups com seus usuários, pode fornecer dados ainda mais ricos e capazes de fundamentar suas decisões de produto e melhorar a retenção de clientes.
O Playbook de Monetização de Audiência da Google News Initiative inclui seções sobre como pesquisar sua audiência e fortalecer a proposta de valor de seus produtos pagos.
O Media Insight Project entrevistou mais de 4.000 assinantes de notícias e perguntou por que eles pagam por uma assinatura, bem como o que mais valorizam após assinar. Esses insights podem não se aplicar necessariamente ao seu negócio, mas você pode se inspirar no estilo da pesquisa.
Dica: não se esqueça do topo do funil.
Ganhar uma receita confiável não consiste apenas em reter seus membros, assinantes ou outros clientes atuais. Trata-se também de adicionar novos clientes a uma taxa previsível. É por isso que o topo do seu funil de audiência e do funil de vendas é tão importante. Pense nisso desta forma: se você sabe que 20% dos visitantes recorrentes do seu site se tornam assinantes da newsletter gratuita, e que 5% dos assinantes da sua newsletter se tornam membros pagantes, então, sabe exatamente o que precisa fazer para vender 10 novas filiações por mês: adquirir 1.000 novos visitantes recorrentes (20% de 1.000 é 200, e 5% de 200 é 10.). Contanto que você continue atingindo essa meta, pode esperar vender 10 filiações por mês, o que permite contar essas vendas futuras de filiações como receita recorrente.
Negócios de notícias que desejam adicionar mais membros ou assinantes raramente gastam muito dinheiro divulgando filiações ou assinaturas diretamente. Em vez disso, eles usam a maior parte de seu orçamento de marketing para impulsionar conteúdo e anunciar produtos gratuitos (como uma newsletter)e, então, trabalham para converter esses novos usuários em filiações ou assinaturas pagas ao longo do tempo.
Estabeleça suas operações
A parte menos glamourosa de lançar um negócio de notícias também é uma das mais importantes: estabelecer suas operações, da contratação de funcionários ou contratantes ao desenvolvimento de contratos com clientes e a cobrança de impostos.
Neste guia básico, vamos compartilhar dicas, modelos, exemplos de documentos e outros recursos para ajudar você com algumas tarefas dessas operações. Porém, uma ressalva: nem tudo nesta seção se aplica fora dos Estados Unidos. Portanto, você deve consultar um advogado ou consultor de negócios para saber mais sobre as leis tributárias específicas e outros regulamentos em seu país.
Como começar a formar uma equipe?
Se você chegou até aqui na jornada de sua startup, provavelmente tem um bom senso das principais habilidades de negócios e de jornalismo que já possui.
Agora, chegou a hora de abordar aquelas de que você carece.
Isso pode significar trazer um cofundador cujas habilidades complementem as suas, ou mesmo a contratação de funcionários ou colaboradores para preencher uma função específica.
Seja como for, existem alguns princípios básicos de contratação e formação de equipes.
Dica: use a modelagem de orçamento para decidir quais investimentos proporcionarão o melhor retorno.
Como regra geral, as startups somente devem adicionar novos funcionários se esperarem que essas inclusões ajudarão a gerar receita para compensar as despesas com pessoal. É aí que entra a modelagem de orçamento. A modelagem de orçamento não é uma ciência exata, mas pode ser uma maneira útil de comparar investimentos potenciais e decidir quais deles têm maior probabilidade de gerar um retorno positivo. Por exemplo, contratar um vendedor de meio período pode ajudar a vender 80% de seu estoque de publicidade a cada mês, em vez dos 20% que você conseguiu por conta própria. Ou contratar freelancers para escrever e produzir conteúdo pode liberá-lo para buscar oportunidades de subsídio e patrocínio que você tem negligenciado. Mesmo que não sejam perfeitas, previsões como essas podem ajudar você a considerar a relação entre o dinheiro gasto e o dinheiro ganho — e fornecer referências para avaliar o sucesso no futuro.
Dica: estabeleça um processo de contratação rigoroso.
O cofundador do Texas Tribune, Ross Ramsey, tem um conselho simples sobre contratações: “Não contrate idiotas.” Porém, encontrar a pessoa certa costuma ser um pouco mais complicado do que isso. Você priorizará a experiência ou o talento? Habilidades técnicas ou interpessoais? E como recrutará candidatos talentosos e diversificados? Você tem um plano de divulgação que vai além de suas próprias redes? Todas essas perguntas precisam ser respondidas antes de você começar a procurar candidatos — e as respostas devem fazer parte de um guia de contratação consistente e transparente que você passe a usar sempre que sua empresa abrir uma vaga.
A startup de engajamento com a audiência Hearken criou um guia de contratação que a ajudou a atrair candidatos mais talentosos e diversificados.. Veja como eles fizeram isso.
Ariel Zirulnick e Jessica Best do Membership Puzzle Project compartilharam um guia de contratação para redações voltadas a filiações no festival Splice Beta em 2020.
Dica: invista algum tempo definindo expectativas e construindo confiança com seus colegas.
Depois de dar o grande passo e trazer um cofundador ou fazer uma contratação importante, você deve nutrir esse relacionamento. Fale sobre seus estilos de comunicação e objetivos profissionais. Crie um gráfico de responsabilidades que esclareça quem é responsável por quais tarefas. Crie uma checklist de integração que especifique quais ferramentas e plataformas você deverá treinar um novo colega para usar. Independentemente de como você decidir lidar com essa questão, não deixe essas relações ao acaso. Elas são muito importantes para sua empresa e muito difíceis de consertar, se você começar com o pé esquerdo.
Desenvolver uma matriz RACI pode ajudar a definir expectativas claras sobre quem deve ser responsável, consultado e informado por diferentes projetos nos quais seu negócio esteja trabalhando.
Algumas empresas pedem a seus funcionários que escrevam “manuais do usuário” pessoais explicando o que os motiva — e o que os incomoda.
Como escolher uma situação fiscal e uma estrutura de negócios para sua startup?
Usamos muito a palavra "negócios" neste playbook, mas isso não significa que sua startup deva ser uma empresa com fins lucrativos.
Nos Estados Unidos, muitas startups de notícias optam por se tornar organizações sem fins lucrativos 501(c)3, as quais são isentas do pagamento de imposto de renda federal — e mesmo as startups que se tornam empresas com fins lucrativos podem escolher estruturas de negócios bastante diferentes.
Então, qual é o caminho certo para você? Confira três dicas para
.Dica: identifique suas prioridades como fundador.
Nos Estados Unidos, as organizações sem fins lucrativos 501c3 não podem ser adquiridas ou vendidas, nem fazer endossos políticos, e são obrigadas a servir ao interesse público sob a liderança de um conselho de administração. Se tudo isso soa positivo para você, optar por ser uma organização sem fins lucrativos pode valer a pena pela isenção de impostos e outros benefícios. Porém, se você deseja a possibilidade de vender seu negócio, fazer endossos políticos ou definir seu orçamento (e tomar outras decisões estratégicas) sem a aprovação de um conselho de administração independente, um negócio com fins lucrativos pode ser uma opção melhor.
Negócios de notícias com e sem fins lucrativos geralmente operam de maneiras muito semelhantes — mas existem várias diferenças importantes que os fundadores devem considerar.
Dica: considere como você deseja angariar fundos e gerar receita.
Organizações de notícias sem fins lucrativos são mais propensas a receber subsídios de fundações e outros financiamentos filantrópicos, e podem achar mais fácil desenvolver fontes de receita em torno de filiações ou contribuições recorrentes (porque as contribuições para organizações sem fins lucrativos são dedutíveis de impostos nos EUA). Por outro lado, apenas empresas com fins lucrativos podem receber investimentos de capital a partir de empresas de capital de risco e outros investidores, e somente empresas com fins lucrativos podem vender certos tipos de publicidade. Existem exceções e soluções alternativas para essas regras, mas, no mínimo, vale a pena considerá-las se você estiver em dúvida sobre qual opção escolher.
Dica: consulte um advogado para saber mais sobre as diferentes estruturas de negócios com fins lucrativos.
Empresas com fins lucrativos nos EUA podem ser estabelecidas como Limited Liability Corporations (LLCs), C-Corps, B-Corps, S-Corps, parcerias, empresas individuais, cooperativas e outros, e as regras e regulamentos para cada tipo variam de estado para estado. É por isso que recomendamos consultar um advogado de pequenas empresas se você decidir seguir esse caminho — ou, pelo menos, converse com um consultor de negócios que tenha experiência com essa parte do processo.
Ta empresa sem fins lucrativos de interesse público Lawyers for Reporters fornece serviços jurídicos gratuitos para organizações de notícias nos Estados Unidos.
Como você administra impostos, contabilidade e outras tarefas administrativas?
Fazer a contabilidade, declarar impostos, administrar a folha de pagamento, aprovar pedidos de folga e gerenciar outras tarefas administrativas é um trabalho grande e importante, principalmente quando você começa a contratar funcionários.
Para muitos empreendedores, esses custos ocultos ligados a administração de uma empresa são uma surpresa desagradável. Portanto, aqui vão alguns conselhos para ajudar você a se preparar:
Dica: contrate alguém para fazer o trabalho administrativo.
Pode ser tentador economizar dinheiro realizando tarefas administrativas por conta própria, mas, como fundador de uma startup, inserir números em planilhas, redigir contratos e preencher a papelada provavelmente não é o uso mais valioso do seu tempo. Se você está com orçamento limitado ou precisa de ajuda com um projeto específico ou algumas tarefas recorrentes, pode pesquisar assistentes virtuais ou freelancers em sites como Upwork e Fiverr.
Dica: use uma plataforma de software para agilizar o processo.
Se você ainda não pode contratar um assistente administrativo (ou mesmo se puder), pagar por uma ferramenta de contabilidade online e/ou plataforma de recursos humanos costuma ser uma boa maneira de reduzir a carga sobre um pequeno negócio. Apenas certifique-se de considerar cuidadosamente a estrutura de preços e os recursos da plataforma, e tente encontrar uma solução que funcione para sua empresa agora e também daqui a cinco anos. Caso contrário, você poderá precisar migrar para outras ferramentas ou plataformas ao longo do caminho, e essa migração pode custar tempo e dinheiro.
Esta lista do HubSpot com 19 ferramentas de contabilidade e escrituração inclui conselhos sobre como escolher a opção ideal para você.
Esta lista da PCMag com as 10 melhores plataformas de software de RH explica as vantagens exclusivas de cada uma.
Dica: pegue emprestado e adapte modelos de documentos de outras empresas.
Se você precisa de uma carta de oferta, contrato de trabalho, contrato de publicidade ou política de retenção de documentos, é quase certo que outro empreendedor de notícias possui um modelo disponível — e descobrimos que muitos deles ficarão felizes em compartilhar. Para se beneficiar dessa experiência coletiva, peça um convite para se juntar à Comunidade de Empreendedores de Notícias no Slack, ou fique à vontade para obter e adaptar qualquer um dos recursos abaixo que adquirimos a partir de negócios de notícias nos Estados Unidos.
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