A Naviga é o resultado do que é conhecido na indústria do software como uma "propriedade agregada:" uma combinação de diferentes empresas num único fornecedor, normalmente para criar uma espécie de conjunto ou, pelo menos, um menu de escolhas e/ou para expandir a sua presença geográfica. Esta iniciativa teve início em 2013, quando a empresa de investimento Vista Equity Partners adquiriu a Saxotech (Suécia) e a DTI (EUA) e as combinou para formar a Newscycle, que, em 2019, passou a chamar-se Naviga Global. Ao longo dos anos, a Naviga adquiriu (e, por vezes, voltou a cindir) uma série de ferramentas de público, subscrições, gestão de anúncios e conteúdos, incluindo outra grande empresa agregada, a Miles 33, em 2021.

Nomeadamente para esta análise, a Naviga adquiriu a Infomaker (Suécia), que constitui a base do que é atualmente a "Naviga Content Platform". Atualmente, a sede da empresa está localizada em Bloomington (Minneapolis), EUA, com vários escritórios na América do Norte, Europa e Índia, bem como na Austrália e em Singapura.

A mais ampla Content Engagement Platform da Naviga (que, de forma algo confusa, inclui o CMS Content Platform) é um conjunto de ferramentas ainda muito separadas que não foram realmente integradas num conjunto coerente, cada uma com as suas próprias interfaces e peculiaridades, refletindo as várias e, por vezes, recentes aquisições de onde provieram.

A vantagem é que há uma enorme amplitude e profundidade na funcionalidade que a empresa pode cobrir. A Naviga Ads, por exemplo, é uma solução muito completa para as operações de publicidade (impressa), desde os leads, às propostas, ao CRM, ao planeamento e, inclusive, à contabilidade. Da mesma forma, a "Audience Engagement Platform" vai desde a funcionalidade semelhante a uma plataforma de dados de clientes (CDP) até às paywalls e permite-lhe escolher entre várias ferramentas de gestão de subscrições vendidas pela Naviga que quer implementar. A desvantagem, claro, é que a combinação destas bases numa pilha e numa experiência de utilizador coerentes está longe de ser trivial e, provavelmente, irá envolver uma grande quantidade de trabalho de integração personalizado.

A Naviga Content Platform (da antiga Infomaker) é o CMS sem interface da empresa. A plataforma é SaaS, alojada no AWS, com interfaces criadas em React, e SOLR para armazenar, pesquisar e obter conteúdos. Os editores usam principalmente o Naviga Writer. A Naviga também tem o Newsroom Planner e o Publication Planner para planeamento editorial e colaboração (que depois abrem o Writer para tarefas).

O conteúdo é acessível através de uma API. Para além disso, pode criar a sua própria interface de utilizador do site ou pode licenciar o Naviga Web, que é uma interface de utilizador mais compacta baseada no WordPress. Tenha em atenção que o WordPress não é usado para produzir ou gerir o conteúdo, mas apenas como um gestor de páginas e sites.

Como resultado, os editores não têm um grande controlo sobre o esquema na interface Naviga: os artigos são adicionados a "listas", que depois preenchem as interfaces Web ou de dispositivos móveis, ou são exportados como PDFs para impressão. As pré-visualizações de impressão podem ser disponibilizadas na interface Web, embora demore algum tempo a gerá-las. Se os artigos impressos divergirem da versão digital, normalmente, basta copiá-los (e adicionar as cópias editadas a uma "lista" específica para impressão).

O Naviga Writer em si é uma ferramenta relativamente moderna com uma interface simples. O conteúdo é componentizado e vários outros tipos de multimédia, como galerias ou vídeos do YouTube, podem ser arrastados ou colados no artigo. Mas, ao contrário de outras interfaces componentizadas, o editor não é sobrecarregado por ter de criar um artigo com parágrafos separados para o texto. No entanto, não é particularmente forte na criação de diferentes variantes de conteúdo (por exemplo, para impressão ou para diferentes edições) e, em vez de suportar isto no modelo de conteúdo, a Naviga sugere que simplesmente copie (e depois modifique) o conteúdo para esse fim. Podem ser desenvolvidos plug-ins específicos para o Writer, um exemplo pronto a usar é o Naviga Photos para uma gestão simples do conteúdo multimédia. Várias editoras também desenvolveram as suas próprias integrações desta forma.

A empresa disponibiliza atualizações de forma contínua tanto para os componentes principais como para os plug-ins da Content Platform. Consequentemente, o plano a curto prazo é descrito em termos de áreas de melhoria e não de novos lançamentos inovadores. As áreas de foco incluem a melhoria da coerência da experiência do utilizador, a expansão das opções para fontes de conteúdo (como feeds de notícias), dados e métricas e automatização da impressão.

Por si só, a Naviga Content Platform é suficientemente coerente. No entanto, dada a rápida expansão da carteira de ferramentas da Naviga Content Engagement Platform, não deve esperar uma experiência do utilizador perfeita, ou mesmo uma experiência de implementação, quando adiciona outros sistemas Naviga.

O modelo de vendas à la carte do fornecedor, que oferece vários módulos de conteúdo, proporciona uma flexibilidade potencial a uma editora experiente que queira escolher o componente mais adequado para si. No entanto, este conjunto de soluções diferentes pode revelar-se demasiado complexo para as pequenas e médias editoras que procuram uma solução mais holística e pronta a usar. Em especial, os potenciais licenciados devem compreender que, com base no seu histórico agressivo de aquisições, a Naviga irá para o mercado com diferentes conjuntos de ferramentas para os mesmos tipos de serviços em diferentes regiões.